Ficou para
quarta-feira (8) a decisão sobre o futuro do presidente afastado da Câmara dos
Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A pedido do relator do processo, Marcos
Rogério (DEM-RO), no final da sessão de hoje (7), que teve quase cinco horas de
debate, foi adiada a votação do processo que pede a cassação do mandato do
deputado. O processo tramita há oito meses no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar
da Câmara.
Entre os
titulares e suplentes que integram o colegiado, 21 se inscreveram e 18 usaram a
palavra por 10 minutos. A maior parte dos parlamentares defendeu, nos primeiros
momentos da reunião, o relatório que pede o afastamento do peemedebista. Na
defesa de Cunha, parlamentares como Laerte Bessa (PR-DF), Sérgio Moraes
(PTB-RS) e Carlos Marun (PMDB-MS) afirmaram que não ficou comprovada a
existência de contas no exterior em nome do representado.
Cunha é
acusado de ter mentido à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras,
quando negou a existência de contas no exterior em seu nome, o que poderia
caracterizar quebra de decoro parlamentar. O deputado, que foi o responsável
por sua defesa no colegiado, negou ser o titular das contas e afirmou que é
apenas beneficiário de recursos advindos de trustes. Cunha disse que essa
situação ficou “comprovada na instrução do processo no conselho”.
A turma
favorável a Cunha teve ainda um voto em separado apresentado pelo deputado João
Carlos Bacelar (PR-BA) que propôs a suspensão do mandato por 90 dias em troca
da cassação. Se aprovado, esta proposta provocaria uma nova eleição para a
presidência da Casa. Cunha está afastado do mandato e da presidência desde maio
por decisão do Supremo Tribunal Federal. O relator pediu o adiamento para
analisar o voto em separado de Bacelar para ver se há algum ponto que possa ser
incluído no parecer.
A Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ), que será responsável pela análise dos recursos
apresentados pela defesa de Cunha, no prazo de cinco sessões, marcou para a
tarde de hoje reunião para analisar, entre outras propostas, o parecer sobre a
consulta feita pelo deputado Welligton Roberto (PR-PB) sobre possibilidade de
ser submetido ao plenário um projeto de resolução, em vez do relatório
elaborado pelo Conselho de Ética. O parecer sobre essa consulta foi elaborado
pelo deputado Arthur Lira (PP-AL).
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