O Supremo
Tribunal Federal (STF) julga hoje (2) denúncia apresentada pela
Procuradoria-Geral da República contra o presidente da Câmara dos Deputados,
Eduardo Cunha. A sessão está prevista para começar às 14h. Será o primeiro
julgamento de abertura de ação penal contra um parlamentar investigado na
Operação Lava Jato. Se a maioria dos ministros decidir pelo recebimento de
denúncia, Cunha passará à condição de réu no processo.
Eduardo Cunha
foi denunciado em agosto do ano passado pelo procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, sob a acusação de ter recebido propina para que um contrato de
navios-sonda da Petrobras fosse viabilizado. As acusações fazem parte dos
quatro inquéritos aos quais Cunha responde no Supremo pelas investigações
da Lava Jato. Devido às investigações, Janot também pediu à Corte o
afastamento de Cunha do cargo. O pedido, no entanto, não será julgado durante a
sessão.
De acordo com
Janot, o deputado recebeu US$ 5 milhões para viabilizar a contratação de dois
navios-sonda do estaleiro Samsung Heavy Industries em 2006 e 2007. O negócio
foi feito sem licitação e ocorreu por intermediação do empresário Fernando
Soares e o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró.
O caso foi
descoberto a partir do acordo de delação premiada firmado pelo consultor Júlio
Camargo, que também participou do negócio e recebeu US$ 40,3 milhões da Samsung
Heavy Industries para concretizar a contratação, segundo a denúncia.
Em outra
acusação, Janot afirma que Eduardo Cunha pediu, em 2011, à ex-deputada e atual
prefeita de Rio Bonito, no Rio de Janeiro, Solange Almeida a apresentação de
requerimentos à Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara para pressionar o
estaleiro, que parou de pagar as parcelas da propina. Segundo Janot, não há
dúvida de que Cunha foi o verdadeiro autor dos requerimentos. A prefeita foi
incluída no processo.
O deputado
nega todas as acusações e afirma que não vai deixar a presidência da Câmara. No
Supremo, a defesa de Cunha contesta a validade das declarações dos delatores.
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