O presidente da Comissão Especial do Impeachment, deputado Rogério
Rosso (PSD-DF) disse hoje (23) que não vai permitir uma “carnificina
política” nos debates do colegiado. Pela quarta vez desde que a comissão foi criada na
quinta-feira passada (17), Rosso está reunido com consultores
legislativos da Câmara, para se informar sobre o processo, garantir que
os trabalhos avancem sem manobras e assegurar que os quase 60
requerimentos que já foram protocolados por integrantes da comissão não
fujam do objetivo dos trabalhos.
“Nosso limite é diligência de
esclarecimento da denúncia. Nós fazemos juízo de admissibilidade,
portanto, a gente não pode fugir do que está na denúncia e na regra
constitucional e regimental”, disse. Segundo o parlamentar, ele tem
buscado se cercar do apoio técnico da Casa para evitar retrocessos com "manobras protelatórias",
termo usado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e
aliados para classificar questionamentos feitos pela base aliada sobre
os trabalhos da comissão, em função de sua composição quase majoritária de parlamentares da oposição.
Ele
negou que retiraria qualquer requerimento de ofício, ou seja, por conta
própria, e explicou que só vai colocar em votação os pedidos que possam
ajudar a esclarecer se a denúncia procede ou não. “A gente sabe
exatamente nossos limites e tenho obrigação de ter essa cautela para que
não haja qualquer extrapolação nos requerimentos”, completou.
A
cautela do presidente da comissão tem extrapolado inclusive os limites
do Congresso Nacional. Na próxima segunda-feira (28), Rosso quer se
reunir, em audiência informal, com o presidente do Supremo Tribunal
Federal, ministro Ricardo Lewandowski, ”não para tirar dúvida, mas para
colocar nossa visão sobre os limites do esclarecimento da denúncia, para
que a gente possa agir de acordo com as decisões do Supremo, a Lei do
Impeachment e a Constituição”.
Além da pilha de requerimentos que
a comissão tem para analisar, Rogério Rosso quer estudar respostas para
mais de dez questões de ordem que foram apresentadas por membros da
comissão. As mais polêmicas, como a que trata da inclusão da delação do
ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral, no processo, já foram
respondidas.
Com a decisão de ontem (22) de não incluir a delação do senador no processo,
novos questionamentos devem ser apresentados, como o que está sendo
preparado pelo PT, que defende que o prazo para apresentação da defesa
da presidenta Dilma Rousseff seja reiniciado, em função da mudança do
escopo do processo. Rosso disse que só se pronunciará sobre o assunto,
quando a questão for formalizada.
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