O juiz federal Sérgio Moro decidiu hoje (23) colocar em segredo
de Justiça uma lista de pagamentos a cerca de 200 políticos, apreendida
em uma busca da Polícia Federal na casa de um dos executivos da
Odebrecht. A medida foi tomada pelo juiz após a relação ter sido anexada
no processo sobre as investigações da 23ª fase da Operação Lava Jato,
conhecida como Acarajé, e divulgada pela imprensa.
A lista
cita políticos da oposição e do governo que teriam recebido repasses da
empreiteira. Nos documentos, não há juízo sobre a legalidade dos
pagamentos. A construtora é uma das maiores doadoras a políticos.
"Prematura
conclusão quanto à natureza desses pagamentos. Não se trata de
apreensão no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht e o referido
Grupo Odebrecht realizou, notoriamente, diversas doações eleitorais
registradas nos últimos anos", argumenta o juiz.
Moro decidiu
colocar a planilha, apreendida na residência de Benedicto Barbosa da
Silva Júnior, executivo da empreiteira, por citar políticos que tem foro
por prerrogativa de função e só podem ser processados pelo Supremo
Tribunal Federal (STF).
“De todo modo, considerando o ocorrido,
restabeleço sigilo neste feito e determino a intimação do MPF para se
manifestar, com urgência, quanto à eventual remessa ao Egrégio Supremo
Tribunal Federal para continuidade da apuração em relação às autoridades
com foro privilegiado”, decidiu Moro.
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