O ministro da
Educação, Aloizio Mercadante, disse em coletiva à imprensa que nunca tentou
impedir que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) assinasse acordo de delação
premiada. Segundo ele, a conversa com o assessor do senador, José Eduardo
Marzagão, partiu dele e não foi um pedido da presidenta Dilma Rousseff.
Segundo
Mercadante, trechos importantes da conversa dele com o assessor de Delcídio
foram omitidos na transcrição do áudio divulgado hoje na imprensa.
“Se vocês
olharem o áudio do que foi transcrito, tem trechos fundamentais que não foram
devidamente relatados. Em um trecho eu digo 'não estou nem aí se vai delatar ou
não, não estou nem aí' [...] 'tem que construir uma saída viável, eu não vou
entrar nisso, ele faz o que achar que deve'”, defendeu-se.
Delcídio
afirma que Mercadante teria oferecido ajuda financeira para evitar a delação do
senador. Delcídio entregou ao Ministério Público Federal gravações de dois
encontros entre Mercadante e Marzagão que comprovariam a tentativa.
O ministro diz
que procurou Marzagão para prestar solidariedade às filhas do senador. O
ministro alegou que acreditava que o Senado poderia rever a prisão de Delcídio
por alguma “tese jurídica”. “A iniciativa do diálogo foi minha, eu me
sensibilizei com a campanha que estão fazendo com as filhas dele. […] Por ser
senador, achava que haveria uma tese jurídica em que o Senado se pronunciasse
para ele ficar em prisão domiciliar.”
O ministro
disse ainda que “não está nem aí” sobre a decisão de Delcídio de fazer a
delação premiada. “Minha preocupação é zero. Não estou nem aí se vai delatar ou
não. Não estou nem aí”.
Mercadante
reiterou: "Não trato de delação". Segundo ele, há uma tentativa
do assessor de Delcídio do Amaral de "induzir esse assunto".
“Ele
[Marzagão] tenta ao longo da conversa me induzir a uma defesa jurídica. E quando
ele tenta me induzir eu digo que não vou me meter na defesa dele. 'Não sou
advogado, não sei do que se trata, não tenho que fazer', eu disse”.
Mercadante
disse ainda que vai manifestar à Procuradoria-Geral da República e ao Supremo
Tribunal Federal (STF) a disponibilidade de esclarecer o fato. O ministro disse
que tomará providências legais contra o assessor.
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