
O líder do
governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), disse hoje (15) que a
delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), homologada pelo
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki – relator do processo
da Operação Lava Jato – não atrapalha a determinação da base aliada de derrotar
o impeachment da presidenta Dilma Rousseff na Câmara.
“Já foi dita
tanta coisa sobre delação, se vier mais [delação], não atrapalha em nada a
nossa determinação de derrotar esse morto-vivo [o impeachment] Não se faz impeachment
por desejo da oposição. Não se faz impeachment ao arrepio da Constituição. Isso
é uma ameaça à legalidade democrática”, afirmou Guimarães, após a reunião dos
líderes da base com o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini.
O líder do
governo disse que ainda vai ler a delação de Delcídio e não quis comentar o
trecho do depoimento em que o senador afirma que o ministro da Educação,
Aloizio Mercadante, ofereceu ajuda financeira para evitar a delação.
O senador
entregou ao Ministério Público Federal (MPF) gravação que teria sido feita por
seu assessor Eduardo Marzagão de dois encontros realizados, em dezembro do ano
passado, um com Aloizio Mercadante e outro com a assessora do ministro.
“Vamos ler a
delação homologada pelo ministro Teori, vamos aguardar manifestação do governo.
Nada chega à presidenta. Ela não cometeu qualquer crime de responsabilidade,
que é a base do impeachment”, acrescentou Guimarães.
José Guimarães
destacou que a base está unida para se posicionar contrária ao impeachment. “Há
compromisso da base com a legalidade democrática e tudo faremos para que o rito
do impeachment seja estabelecido nos termos que o Supremo já definiu e vamos
atuar o quanto antes para a gente debelar, porque isso dificulta a retomada do
crescimento econômico. Não foi por nós que o processo atrasou. Estamos prontos
para dialogar com toda a base, conversar com cada deputado, para virar essa
página e sinalizarmos a retomada da economia.”
Oposição
Líderes de
partidos da oposição defenderam a demissão de Mercadante, com base na delação
premiada do senador Delcídio do Amaral e homologada pelo ministro do STF Teori
Zavaski.
“Se isso se
comprovar de fato, na delação premiada homologada pelo ministro, não tem outra
saída que não a demissão imediata. Ele não pode continuar ministro, usando da
sua autoridade para obstruir a Justiça, usando da sua autoridade para proteger
criminosos”, disse o líder do PPS, Rubens Bueno (PR).
Para o líder
do PSDB, Antonio Imbassahy (BA), a situação é similar à da prisão de Delcídio,
em novembro do ano passado. Na ocasião, o senador ofereceu dinheiro, rota de
fuga e avião para que o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró não fechasse
acordo de delação premiada. A conversa foi gravada pelo filho de Cerveró,
Bernardo, com um telefone celular escondido no bolso durante uma reunião em um
hotel em Brasília, quando Delcídio fez as ofertas. “Então, numa situação feito
essa, se a presidente Dilma tivesse o mínimo de dignidade, exoneraria o
ministro que cometeu esse crime”, disse Imbassahy.
O ministro
Aloizio Mercadante esteve reunido na manhã desta terça-feira com a presidenta
Dilma Rousseff, mas deixou o encontro sem falar com a imprensa. A Agência
Brasil entrou em contato com a assessoria do ministro, que informou que
Mercadante dará uma entrevista coletiva sobre o assunto nesta tarde.
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