O pedido de
prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva provocou
sentimentos de cautela e apreensão no Senado, inclusive entre os
oposicionistas, nesta quinta-feira (10).
O líder do PSDB na Casa, Cássio Cunha Lima (PB), disse que é preciso ter prudência e criticou o pedido de prisão preventiva de Lula, apresentado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP).
Os promotores pediram também a prisão preventiva de seis pessoas: José Adelmário Pinheiro, Leo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS; Fábio Hori Yonamine e Roberto Moreira Ferreira, executivos da OAS; ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso na Operação Lava Jato; Ana Maria Érnica, ex-diretora da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop); e Vagner de Castro, ex-presidente da Bancoop.
A Justiça ainda deve decidir se aceita o pedido e a denúncia apresentada ontem
(9). Não há data para essa avaliação
"Não
estão presentes os fundamentos que autorizam o pedido de prisão preventiva, até
porque o Ministério Público Federal e a Polícia Federal fizeram buscas e
apreensões muito recentemente, à procura de provas. Vivemos um momento incomum
na vida nacional. É preciso ter prudência”, afirma o líder tucano, em nota à
imprensa.
O senador
Cristovam Buarque (PPS-DF), que foi ministro da Educação no primeiro mandato de
Lula, também criticou o pedido de prisão do ex-presidente.
“Primeiro, em
uma democracia, só se prende [uma pessoa] com uma justificativa muito robusta.
Qualquer pessoa. Em um momento em que se tenta prender um ex-presidente da
República, é preciso uma força muito grande que justifique – evidências, leis,
argumentos. E eu espero que o Ministério Público tenha levado isso em conta”,
disse Cristovam.
Para o
senador, mesmo nesse caso, o pedido de prisão foi um “desserviço” ao país.
“Politicamente, em um momento como esse, tenho a impressão de que não é um bom serviço ao Brasil. Mesmo que venha com toda a robustez, e se não vier é um sinal muito ruim que pode ameaçar até o processo correto, normal, que a Operação Lava Jato vem tendo. Eu espero que o Ministério Público tenha razões muito sólidas, que todos os brasileiros digam: 'não havia outra coisa a fazer'. É isso que eu espero.”
“Politicamente, em um momento como esse, tenho a impressão de que não é um bom serviço ao Brasil. Mesmo que venha com toda a robustez, e se não vier é um sinal muito ruim que pode ameaçar até o processo correto, normal, que a Operação Lava Jato vem tendo. Eu espero que o Ministério Público tenha razões muito sólidas, que todos os brasileiros digam: 'não havia outra coisa a fazer'. É isso que eu espero.”
O presidente
do DEM, José Agripino Maia (RN), destacou que o momento é de agir com sensatez
e prestigiar as instituições. Para o senador, como o embasamento do pedido está
em segredo de Justiça, a decisão da juíza que analisará o caso é que dirá sobre
a procedência dos fatos que levariam à decretação da prisão.
“É um momento de grande tensão. Trata-se da decretação de prisão preventiva de um ex-presidente da República que leva a que o país todo veja com muito equilíbrio os fatos que vão se suceder”, disse Agripino.
Sobre as
manifestações contra o governo, marcadas para este domingo (13) em todo o país,
Agripino pediu que todos ajam com “sensatez”. “Espero que as pessoas sejam
respeitadas nas suas manifestações e que as pessoas que são adeptas do
ex-presidente Lula entendam que a [possível] decretação da prisão será
determinada por iniciativa de instituições que têm a obrigação de investigar,
fazer cumprir a lei e fazer o país entender que ninguém está acima da lei”,
afirmou.
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