O senador
Walter Pinheiro (PT-BA) encaminhou à Justiça um comunicado informando que nada
tem a contribuir com o processo decorrente da Operação Zelotes. A informação
foi dada hoje (3) pela assessoria do senador. Pinheiro foi arrolado
como testemunha pela defesa de Eduardo Gonçalves Valadão, réu de uma ação penal
decorrente da Zelotes. Na operação, a Polícia Federal investiga denúncias de
manipulação de julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais
(Carf), do Ministério da Fazenda, além da suposta compra de medidas provisórias
(MPs).
Ao final de
audiência realizada hoje (3) para ouvir testemunhas, o juiz Vallisney de Souza,
titular da 10ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal, determinou que
sejam expedidas cartas precatórias à Justiça local de Catalão e à Seção
Judiciária do estado de Goiás para que sejam ouvidos na localidade onde moram o
prefeito de Catalão, Jardel Sebba, e o governador de Goiás, Marconi Perillo.
Ambos foram arrolados como testemunha pela defesa de réus.
Além do
Pinheiro, Sebba e Perillo, foram arrolados como testemunhas a presidenta Dilma
Rousseff, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, senadores e deputados. Na
semana passada, o juiz determinou prazo até o dia 5 deste mês (sexta-feira)
para que a presidenta se manifeste.
Na última
quinta-feira (28) o ministro Aloizio Mercadante entregou um ofício à Justiça,
no qual diz que nunca tratou da MP 471/2009 no governo federal ou no Senado.
Mercadante acrescenta que não discutiu, nem participou da votação da MP, porque
estava afastado de suas atividades parlamentares, "em decorrência de
recuperação de ordem médica”.
Sobre a MP
512/210, ele afirma não ter tratado do tema porque não era mais senador.
“Informo que não tratei do assunto objeto da citada medida provisória, uma vez
que eu não mais detinha o mandato de senador da República, porquanto, àquele
tempo, estava exercendo o cargo de ministro de Estado da Ciência, Tecnologia e
Inovação, em cuja pasta não se abarcam atribuições correlacionadas com o teor
da referida medida provisória.”
Quanto à MP, a
627/2013, Mercadante diz que nunca tratou do assunto, pois, na época, exercia o
cargo de ministro Educação. "E, novamente, o teor da referida medida
provisória não guarda relação com as atribuições dessa pasta ministerial”,
afirma o ministro no ofício. "Por fim, exclusivamente considerando o nome
Eduardo Gonçalves Valadão, registro que não reconheço referido cidadão, e,
portanto, posso assegurar que nunca tratei do assunto em tela, ou de qualquer
outro, com essa citada pessoa.”
Na audiência
desta quarta-feira (3) foram ouvidas duas testemunhas indicadas pela defesa de
Vladimir e Camilo Spíndola. Vladimir e Camilo são filhos da ex-secretária
executiva da Câmara de Comércio Exterior Lytha Spíndola. Ela é ré na Operação
Zelotes, acusada de receber R$ 78 mil como pagamento, por monitorar a
tramitação da MP 471 no Congresso Nacional. Tal medida provisória rendeu
benefícios fiscais a montadoras entre 2010 e 2015.
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