Para
impulsionar a produção e recuperar o crescimento, o governo anunciou hoje (28)
medidas de estímulo ao crédito que injetarão R$ 83 bilhões na economia. Algumas
ações de estímulo foram anunciadas mais cedo pela presidenta Dilma Rousseff, no
encerramento da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o
Conselhão.
A medida que,
segundo o governo, terá mais impacto sobre a economia é a agilização da
aplicação dos recursos do Fundo de Infraestrutura do Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço (FI-FGTS) em empreendimentos da área e a simplificação da emissão de
debêntures de infraestrutura, que liberará até R$ 22 bilhões. Essa medida, no
entanto, necessita de aprovação do Congresso Nacional.
Em segundo
lugar, está a autorização para que parte da multa rescisória do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), paga em demissões sem justa causa, possa
ser usada como garantia para o crédito consignado – com desconto das parcelas
diretamente no salário – por trabalhadores do setor privado. A expectativa do
governo é que a medida resulte na injeção de R$ 17 bilhões em crédito.
Em seguida,
vem a abertura da linha de crédito para refinanciar as prestações do Programa
de Sustentação do Investimento (PSI) e do Programa de Financiamento de Máquinas
e Equipamentos (Finame), que deverá resultar em empréstimos de R$ 15 bilhões.
O governo
também anunciou o reforço da concessão de crédito por bancos públicos com taxas
menores que as de mercado. Os principais setores beneficiados serão as micro e
pequenas empresas, a construção civil, os exportadores e o agronegócio.
A retomada da
linha de pré-custeio agrícola do Banco do Brasil deverá injetar mais R$ 10
bilhões e a aplicação de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) em Certificados de Recebíveis Imobiliários deverá
impulsionar o crédito habitacional também em R$ 10 bilhões.
A reabertura
da linha do BNDES para financiar capital de giro de empresas com garantia do
Fundo Garantidor para Investimentos (FGI) e com redução das taxas de juros
deverá resultar na liberação de mais R$ 5 bilhões. Por fim, o aumento do prazo
máximo de pagamento e a redução da taxa de juros da linha de pré-embarque de
produtos exportados injetará R$ 4 bilhões.
Segundo o
ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, as medidas não resultarão em custo para o
governo porque os financiamentos terão taxas de mercado e o governo está apenas
simplificando procedimentos e reduzindo riscos, o que ajuda o próprio mercado a
reduzir as taxas de juros. “Em relação ao crédito, a maior parte das
iniciativas são administrativas. Sem gerar custo adicional para os
contribuintes brasileiros. Queremos usar melhor os recursos disponíveis”,
declarou.
Com 47
empresários e 45 representantes da sociedade civil e das centrais sindicais, o
Conselhão é um fórum de discussão sobre medidas a serem adotadas para recuperar
o crescimento econômico. Depois de um ano e meio sem reuniões, o colegiado foi
reativado recentemente pela presidenta Dilma. Segundo o ministro da Casa Civil,
Jaques Wagner, deverão ser feitas quatro reuniões no ano. A próxima será em
abril.
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