terça-feira, 2 de abril de 2013

Tombini: BC não é tolerante com inflação e pode agir quando achar necessário


Tombini diz que juros da economia devem permanecer mais baixos, independentemente de ciclos monetários

As taxas de juros da economia devem permanecer mais baixas no país, independentemente de haver ciclos monetários (aumentos da taxa básica de juros, a Selic) para combater a inflação. A avaliação foi feita pelo presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, em audiência pública hoje (2), na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.

Segundo Tombini, as taxas de juros estão mais baixas por uma séries de mudanças estruturais na economia, como o aumento do acesso da população a serviços bancários nos últimos dez e a ampliação do mercado de crédito. Ele citou ainda a redução contínua da relação entre dívida do setor pública e o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços do país, e o acúmulo de reservas.

A taxa Selic serve de referência para as demais taxas do mercado. Em março deste ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC manteve a Selic em 7,25% ao ano, patamar fixado em outubro do ano passado. Esse é o nível mais baixo da história do Copom, criado em junho de 1996.

Com a alta da inflação, o mercado financeiro espera aumento da Selic ao longo deste ano. A expectativa é que a taxa encerre 2013 em 8,5% ao ano. Mas o mercado não espera elevação na reunião do Copom deste mês.


De acordo com Tombini, na hora de definir a Selic, serão avaliadas características como a resistência da inflação no curto prazo,  “fatores mitigadores da inflação mais à frente” e o nível de disseminação da alta dos preços. Tombini ressaltou ainda que há incertezas no âmbito externo e interno e, por isso, é preciso cautela nas decisões.
O Banco Central (BC) está acompanhando as condições da economia para avaliar as  ações necessárias ao combate à inflação, disse o presidente da autarquia, Alexandre Tombini, em audiência pública no Senado.


Por causa da alta da inflação, o mercado financeiro espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC aumente a taxa básica de juros, a Selic, que deve encerrar 2013 em 8,5% ao ano. Atualmente, a Selic está em 7,25% ao ano.

Tombini disse que a inflação tem se mantido elevada por influência principalmente do segmento de alimentos e bebidas e pelo setor de serviços. De acordo com Tombini, ao se excluir do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) alimentos e bebidas, a inflação em 12 meses encerrados em fevereiro fica em torno de 5%.

O presidente do BC destacou que os preços agrícolas no atacado estão menores e que esse recuo ainda será repassado aos consumidores.

Tombini comentou ainda declarações da presidenta Dilma Rousseff sobre a inflação. Segundo ele, em nenhum momento, as declarações da presidenta sugeriram tolerância do governo com a inflação. “Nada do que foi dito pela presidenta implica qualquer tolerância com a inflação”, disse.

Ele acrescentou que “se e quando” achar necessário, o BC irá usar o instrumento de política monetária para fazer a “convergência da inflação se materializar”.

No semana passada, a presidenta Dilma disse ser contrária a medidas de combate à inflação que comprometam o ritmo de crescimento econômico do país. “Não concordo com políticas de combate à inflação que olhem a questão da redução do crescimento econômico, até porque nós temos uma contraprova dada pela realidade”, disse.

“Esse receituário que quer matar o doente em vez de curar a doença, ele é complicado, você entende? Eu vou acabar com o crescimento do país? Isso daí está datado. Isso eu acho que é uma política superada”, acrescentou.

Depois das declarações, foi publicada uma nota Blog do Planalto para dizer que os comentários foram mal interpretados pelo mercado financeiro. “Foi uma manipulação inadmissível de minha fala. O combate à inflação é um valor em si mesmo e permanente do meu governo”, disse a presidenta, de acordo com o informe.

Segundo o Planalto, “agentes do mercado financeiro estavam interpretando erroneamente seus comentários como expressão de leniência em relação à inflação”. Além de divulgar a nota, Dilma Rousseff determinou que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, prestasse esclarecimentos sobre o assunto.

Mercado mantém em 5,71% estimativa de inflação oficial em 2013
01/04/2013
A projeção de analistas de instituições financeiras pesquisadas pelo Banco Central (BC) para a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), é 5,71%, este ano. Essa é a mesma estimativa divulgada na semana passada. Para 2014, a projeção subiu de 5,60% para 5,68%.
As estimativas estão acima do centro da meta de inflação, 4,5%, mas abaixo do limite superior de 6,5%. O aumento da inflação pode levar o BC a subir a taxa básica de juros, a Selic para calibrar os preços. Mas a expectativa das instituições financeiras é que essa alta não ocorra já na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC marcada para os dias 16 e 17 deste mês. A expectativa para essa reunião é que a Selic seja mantida no atual patamar (7,25% ao ano). Mas, ao final de 2013, a Selic deve estar a 8,5% ao ano, de acordo com as projeções dos analistas. Essa é a mesma projeção para o final do próximo ano.
A pesquisa do BC também traz a mediana das expectativas para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), mantida em 5,26%, este ano, e em 5%, em 2014.
A projeção para o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) foi alterada de 4,87% para 4,83%, este ano, e de 5,1% para 5,14%, em 2014. Para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), a estimativa foi ajustada de 5,12% para 4,92%, este ano, e mantida em 5,31%, em 2014.
Dilma diz que suas declarações sobre inflação foram mal interpretadas
27/03/2013
Após declaração à imprensa na África do Sul, onde participa da 5ª Cúpula do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a presidenta Dilma Rousseff disse hoje (27) que seus comentários sobre inflação foram manipuladas e mal interpretadas pelo mercado financeiro.
A presidenta disse ser contrária a medidas de combate à inflação que comprometam o ritmo de crescimento econômico do país. “Não concordo com políticas de combate à inflação que olhem a questão da redução do crescimento econômico, até porque nós temos uma contraprova dada pela realidade”, disse.
“Esse receituário que quer matar o doente em vez de curar a doença, ele é complicado, você entende? Eu vou acabar com o crescimento do país? Isso daí está datado. Isso eu acho que é uma política superada”, acrescentou.
As declarações da presidenta, segundo nota divulgada pelo Blog do Planalto, foram mal interpretadas pelo mercado financeiro. “Foi uma manipulação inadmissível de minha fala. O combate à inflação é um valor em si mesmo e permanente do meu governo”, disse a presidenta, de acordo com o informe.
Segundo o Planalto, “agentes do mercado financeiro estavam interpretando erroneamente seus comentários como expressão de leniência em relação à inflação”. Além de divulgar a nota, Dilma Rousseff determinou que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, preste esclarecimentos sobre o assunto.

Agência Brasil

18 comentários:

  1. A poupança é calculada pela Selic e espero não dar prejuízos ... hehehehehhhe

    Espedito Freitas

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  2. Caro Dagmar Vulpi, peço-te que te inteire do Recurso Extraordinário que tramita no STF, interposto pelos Bancos (Febraban) contra o pagamento das diferenças a que teem direito os poupadores em decorrência dos Planos Bresser, Verão, Collor I e Collor II, para que possamos debater. Esse assunto já foi decidido pelo STJ e a favor dos poupadores, mas tenho fundado receio que a seta mude de lado no STF. Abraços.

    Claudiomar Pereira da Cunha

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  3. O teu receio é também meu amigo Dr. Claudiomar Pereira da Cunha, estou na dependência desta matemática e sei que o governo não joga para perder....

    Espedito Freitas

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  4. Dagmar Vulpi

    Tentarei me inteirar do assunto, e logo que isso aconteça farei uma postagem para gerar o debate meu caro Claudiomar Pereira da Cunha. Abraços

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  5. Dagmar Vulpi
    Este recurso extraordinário de 26/10/2010 junto ao STF e o consequente vistos do ministro Dias Toffoli nos servirão de parâmetros, ainda que não conclusivo. portanto eu sugiro a leitura neste link http://www.migalhas.com.br/arquivo_artigo/art20100827-02.pdf

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  6. Dagmar Vulpi O ministro Dias Toffoli acolheu parecer da PGR e determinou a suspensão de todos os processos judiciais em tramitação no país, em grau de recurso, que discutem o pagamento de correção monetária dos depósitos em cadernetas de poupança afetados pelos Planos Econômicos Collor I (valores não bloqueados), Bresser e Verão.

    O tema teve a repercussão geral reconhecida e, depois disso, os Bancos do Brasil e Itaú - partes nos Recursos Extraordinários 626307 e 591797 dos quais Dias Toffoli foi relator - apresentaram petições requerendo a suspensão, em todos os graus de jurisdição, das demais ações que tratam da cobrança dos expurgos inflacionários.

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  7. Efeitos da crise econõmica mundial que disseram que não seríamos atingidos...

    Paulo Oisiovici

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  8. O STJ acomodou os processos dos planos econômicos no "colo" do STF, e lá eles permanecerão.

    A decisão dada pela 2.ª Secção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) no caso dos pedidos de ressarcimento das diferenças de correção monetária dos valores depositados nas cadernetas de poupança durante os planos econômicos das décadas de 80 e 90 causou surpresa nos meios forenses e financeiros. Na verdade, houve duas decisões diferentes: uma para os autores de 814 mil ações civis individuais e outra para 1.030 ações civis públicas impetradas por defensorias públicas, associações corporativas e entidades que defendem os direitos dos consumidores, em nome de 40 milhões de poupadores.

    No mérito, a 2.ª Secção do STJ entendeu que os correntistas têm direito a uma correção monetária adicional de seus saldos e decidiu que o pagamento é de responsabilidade dos bancos. Esse já era o entendimento das outras instâncias da Justiça Federal. Os ministros também definiram os índices de correção monetária aplicáveis a cada plano: 26,06% para o Plano Bresser; 42,72% para o Plano Verão; 44,8% para o Plano Collor I; e 21,87% para o Plano Collor II.

    Leia mais...http://dagmarvulpi.blogspot.com/2013/04/o-stj-acomodou-os-processos-dos-planos.html

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  9. Verdade amigo! Aprendes bem rápido. Agora, Dagmar Vulpi vem a bomba: depois de ter sido julgado até pelo Superior Tribunal de Justiça favorável ao poupador, estão falando, à boca pequena, que a FEBRABAN já acertou tudo para que o STF venha a decidir contra os poupadores e favorável aos bancos, o que será uma apropriação indébita chancelada pela mais alta Corte de Justiça do País.

    Claudiomar Pereira da Cunha

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  10. O STJ entendeu que 1.015 das 1.030 ações civis públicas já haviam prescrito e determinou seu arquivamento. Com isso, cerca de 40 milhões de correntistas representados por entidades da sociedade civil, defensorias e associações corporativas - cerca de 90% dos poupadores que buscaram os tribunais para defender seus direitos - "ganharam, mas não levaram". Só poderão ser ressarcidos os 814 mil autores de ações individuais e os poupadores relacionados nas 15 ações civis públicas admitidas pelo STJ.

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  11. Dessas ações coletivas eu já tinha conhecimento que a decisão do STJ era contrária. Mas agora está nas mãos do STF a decisão acerca dos 814 mil autores e aí reside o temor antes referido. O poder econômico é muito forte em casos desse jaez.

    Claudiomar Pereira da Cunha

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  12. Antes do julgamento, executivos de bancos privados afirmavam que o montante a ser pago era de R$ 180 bilhões, enquanto a diretoria da Febraban falava em R$ 130 bilhões e o alto escalão do Banco Central e do Ministério da Fazenda trabalhava com o total de R$ 105 bilhões. Com a declaração de prescrição de quase todas as ações coletivas, o valor a ser pago cai para R$ 10 bilhões - valor esse que, segundo o Banco Central, já foi provisionado pelas instituições financeiras. E é aqui meu caro Claudiomar Pereira da Cunha que entra a grande "boca pequena".

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  13. Entendi. Muito obrigado Dagmar Vulpi. Vamos manter este assunto em pauta, pois aí fica mais difícil qualquer negociação. Grande abraço.

    Claudiomar Pereira da Cunha

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  14. Claudiomar Pereira da Cunha seria interessante a opinião de outros amigos, pode ser que detalhes importantes estão passando despercebidos. Vamos manter esta pauta pois certamente aparecerá novidades. Por enquanto tratamos o tema no atacado, mas sabemos que ainda há muitos detalhes que compõe mais essa tentativa de golpe contra o povo brasileiro. Abraço

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  15. Prezados!
    Penso que a "queda" das 1.015 ações coletivas era o pretendido pelos bancos, pela diminuição do impacto financeiro que ja lhes foram informados ser devido aos poupadores e que teriam, sim, de arcar.
    Os números mostram que as estimativas de pagamento que terão, caiu da casa de 100bi para 10bi, praticamente.
    Ha exatamente 1 ano atras, dia 12 de abril de 2012, o julgamento destes planos estava previsto e foi adiado.
    Milhares de poupadores ja receberam o pretendido por ações individuais. Ao contrario das coletivas!
    Por isso meu raciocínio é esse, de que os bancos pretendiam, e conseguiram, diminuir ao máximo o número de ações existentes, uma vez tenham sido informados de que realmente teriam que suportar os pagamentos desses expurgos inflacionários!
    Se fosse para darem ganho de causa aos bancos, ja teriam dado, pois milhares de processos ocupam espaços físicos nos tribunais pelo país ha anos, aguardando tal solução.
    Ainda mais, tendo o BC dito que tais valores para pagamento ja tenham sido provisionados pelos bancos.
    Acredito, ainda, que a qualquer momento tais RE serão incluídos na pauta.
    Abraço,
    João Paulo Ruiz

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    1. Seu raciocino está bem fundamentado meu caro João Paulo.

      Certamente que o interesse maior dos banqueiros era o de reduzir ao máximo as ações que foram movidas contra eles, e sabedores que de fato devem as tais correções, tanto que, segundo o BC eles já haviam provisionado os valores correspondentes, e neste caso eles só estão aguardando a decisão para devolverem o que eles devem .

      Outro detalhe que pesa e precisa ser observado neste caso, é o de que, quanto mais tempo tardar as decisões, maiores serão os valores a serem pagos, e aí os valores já provisionados poderão não ser suficientes.

      Fraterno abraço

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    2. Concordo plenamente com sua observação, de que até os "banqueiros" nao querem que esse caso se prolongue por mais tempo, pois dessa maneira, a bola de neve, que sao os valores a serem pagos, só tendem a aumentar ainda mais!
      O que sempre foi ventilado, é de que o julgamento ocorreria após o mensalão. E, uma vez o acórdão deva ser publicado até o fim dessa semana, e ainda contando o prazo de 5 dias de eventuais embargos, acredito que em no máximo 1 mês os expurgos inflacionários venham a ser incluídos na pauta.
      O que deverá tomar grande proporção na mídia!
      Grande abraço, e torcemos!

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Dag Vulpi

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