A força-tarefa de
investigadores da Operação Lava Jato pediu o indiciamento do ex-diretor de
Engenharia da Petrobras Renato Duque por evasão de divisas e manutenção de
valores não declarados em contas no Principado de Mônaco entre os anos de 2009
e 2014.
Protocolado na Justiça
Federal na sexta-feira (15), o pedido de indiciamento foi divulgado hoje (18)
pelo Ministério Público Federal (MPF). Esta é a oitava vez que Duque é
denunciado por envolvimento em um esquema que desviou recursos da Petrobras.
A denúncia será
analisada pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira
instância, a quem caberá decidir se o pedido será acatado.
Na peça, os
procuradores também pedem o ressarcimento do montante de R$ 80 milhões à
Petrobras. A quantia corresponde ao valor total dos recursos do réu bloqueados
no exterior e, segundo a denúncia, são fruto de valores ilícitos
"lavados" por Duque.
De acordo com os
procuradores, Duque remeteu para o exterior US$ 3,8 milhões, entre maio e
setembro de 2014, após o início da Operação Lava Jato,
O Ministério Público
também diz que Duque ocultou a existência de contas em Mônaco para as quais
transferiu recursos. Aos investigadores, o ex-diretor da Petrobras informou que
não tem conta no exterior.
Com base em
informações das autoridades de Mônaco, o MPF descobriu que Duque é o
beneficiário econômico de duas offshores mantidas ocultas das
autoridades brasileiras e que foram usadas para movimentar o dinheiro obtido no
esquema criminoso investigado na Lava Jato. Offshores são empresas
criadas fora do país de origem de seus dirigentes e com regime legal diferente.
Somente em uma das offshores,
diz o MPF, Duque movimentou o total de €10.294.460,10. Em outra, ele ocultou a
origem e propriedade de €10.274.194,02, “por intermédio da transferência e
manutenção de depósitos ocultos das autoridades brasileiras no Banco Julius
Bär, de modo consciente, voluntário e reiterado”, diz a denúncia.
O ex-diretor da
Petrobras também é acusado dos crimes de corrupção, pertencimento a organização
criminosa e lavagem de dinheiro, tendo sido condenado em setembro do ano
passado a mais de 20 anos de reclusão.
O texto e o título
foram alterados às 20h57 para corrigir informação divulgada pelo Ministério
Público Federal: Esta é a oitava vez que Duque é denunciado por envolvimento em
um esquema que desviou recursos da Petrobras, e não a sexta vez, como o MPF
havia informado anteriormente.
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