O cantor
britânico David Bowie morreu, aos 69 anos, após uma batalha de 18 meses contra
o câncer, informou hoje (11) a BBC, acrescentando que a informação foi
confirmada pelo filho do músico.
Na conta
oficial de David Bowie no Twitter, a última entrada, data de 10 de janeiro de
2016 e diz que o músico “morreu pacificamente, rodeado por sua família, após
uma corajosa batalha de 18 meses contra um câncer”.
“Enquanto
muitos de vocês vão partilhar esta perda, pedimos que respeitem a privacidade
da família neste momento de dor”, acrescenta a mensagem.
David Bowie
lançou na última sexta-feira (8), dia do seu 69° aniversário, o álbum
Blackstar, o 25º da carreira, onde se apresentou como um roqueiro que busca
surpreender, ao enveredar por alguma experimentação de jazz.
Provocador,
enigmático e inovador, construiu uma das carreiras mais veneradas e imitadas da
indústria do espetáculo, que o colocou no pedestal das lendas da música.
Nascido David
Robert Jones, em 8 de janeiro de 1947, em uma família modesta de Brixton,
bairro popular do sul de Londres, a lenda do rock viu o primeiro sucesso chegar
em 1969, comSpace Oddity, uma música que se tornou mítica e conta a história de
Major Tom, um astronauta que se perde no espaço.
A essa altura,
já tinha operado a primeira de muitas reinvenções, ao se batizar David Bowie
quatro anos antes, para evitar confusão com Davy Jones, vocalista dos The
Monkees, banda rival dos Beatles.
Nos anos 1970
dominou o panorama musical britânico e conquistou os Estados Unidos da América
com uma série de álbuns de sucesso.
Bowie, que estudou
budismo e mímica, se revelou como uma das figuras de maior relevância durante
mais de cinco décadas. Multifacetado, também foi ator, produtor e venerado como
ícone da moda, pela tendência para provocar com as roupas que usava.
Autor de
álbuns aclamados como Heroes (1977), Lodger (1979) e Scary
Monsters (1980), o artista, radicado em Nova Iorque há anos, chegou ao
topo da indústria em 6 de junho de 1972 com The Rise and Fall of Ziggy
Stardust and The Spider From Mars.
Este disco,
que relata a inverosímil história do personagem Ziggy Stardust, um
extraterrestre bissexual e andrógino transformado em estrela de rock, reuniu
duas das obsessões do cantor: o teatro japonês kabuki e a ficção científica.
Contudo, essa
excêntrica personagem foi apenas uma das muitas personalidades que adotou ao
longo da carreira, como os outros alter egos da sua produção criativa: Aladdin
Sane ou Duque Branco.
Em 1975,
chegou o primeiro êxito nos Estados Unidos, com o single Fame, que
coescreveu com John Lennon, e também graças ao disco Young Americans.
Mais tarde, em
1977, chegou o minimalista Low, a primeira de três colaborações com Brian
Eno, conhecidas como a Trilogia de Berlim, que entraram no Top 5 britânico.
Também chegou
ao topo do ranking musical na Inglaterra com Ashes to Ashes, do
álbum Scary Monsters (and Super Creeps); colaborou com o Queen no sucesso de Under
Pressure e voltou a triunfar em 1983 com Let's Dance.
Em 2006,
anunciou um ano sabático e, desde então, muitos fãs lamentava sua ausência
prolongada, que deu motivos também para o surgimento de todo o tipo de rumores
sobre sua saúde.
Esse retiro
musical foi quebrado esporadicamente, como com a aparição surpresa num concerto
de David Gilmour (Pink Floyd) no Royal Albert Hall de Londres, nesse mesmo ano,
ou com a colaboração no álbum de canções de Tom Waits que a atriz
norte-americana Scarlett Johansson publicou em 2008.
Após anos de
silêncio, David Bowie reapareceu em 2013, aos 66 anos, com The Next Day,
um disco produzido pelo veterano Tony Viscontti, o seu homem de confiança que
agradou a crítica com típicos elementos ‘bowinianos’.
Um ano depois,
lançou a antologia Nothing Has Changed, com a qual celebrou meio século de
carreira.
O magnetismo e
inesgotável força comercial de Bowie, que vendeu aproximadamente 136 milhões de
discos em todo o mundo, lhe valeram um espaço no museu londrino Victoria &
Albert, que lhe dedica uma extensa exposição, em que se explora a sua influente
carreira através de 300 objetivos seus, selecionados de entre mais de 7 mil.
David Bowie,
que lutava há 18 meses contra um câncer, era casado desde 1992 com a modelo
somali Iam, com a qual teve uma filha, Alexandria Zahra Lexi Jones. Tem outro
filho, Duncan Jones, fruto do seu primeiro casamento com Angela Bowie.
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