
A oposição
venezuelana acusou hoje (23) o partido do governo de dar "um golpe
judicial" contra o novo Parlamento, ao tentar impugnar a designação de 22
dos 112 deputados opositores que venceram as eleições parlamentares.
“A Mesa de
Unidade Democrática, juntamente com os seus três governadores, quer apresentar
a posição pública perante o que não duvidamos em qualificar como uma tentativa
de golpe de estado judicial contra a vontade do povo, expressa de forma nítida,
clara, retumbante e pacífica no último dia 6 de dezembro”, disse o secretário
executivo da MUD, Jesús Torrealba.
A MUD obteve
nas eleições parlamentares a primeira vitória em 16 anos, conquistando0 112 dos
167 lugares que compõem o Parlamento, uma maioria de dois terços que lhe
confere amplos poderes e marca uma virada história contra o chavismo (corrente
de seguidores do presidente Hugo Chávez).
Hoje, segundo
Torrealba, apesar de estar em período de férias, o Supremo Tribunal de Justiça
abriu os serviços para receber um recurso [de impugnação] do Partido Socialista
Unido da Venezuela (PSUV), que pretende impugnar 22 deputados da unidade.
"Não existe nenhum mecanismo ou procedimento que esteja por cima da Carta
Magna. Dentro da Constituição tudo, fora dela nada", disse, durante entrevista
em Caracas.
Segundo o
secretário, a União de Nações Sul-Americanas (Unasul), a Organização dos
Estados Americanos (OEA) e outros organismos do hemisfério foram notificados do
que está ocorrendo para que estejam em alerta para a possibilidade de que o
governo venezuelano "pretenda manter-se no poder, ignorando a vontade
popular".
O porta-voz da
MUD lembrou que a Constituição estabelece que o Poder Legislativo deve ser
instalado em 5 de janeiro e que os 112 deputados opositores eleitos e
acreditados pelo Conselho Nacional Eleitoral se apresentem para assumir as
funções.
"Nós
estamos por uma senda clara que é democrática, constitucional, eleitoral e
pacífica, por isso condenamos toda a ação de violência institucional",
destacou. Ele disse acreditar que nesse dia "vão operar as mesmas forças
que garantiram que o dia 6 de dezembro fosse uma jornada cívica e
pacífica".
Segundo o
presidente Nicolás Maduro, estão sendo investigados mais de 1,5 milhão de votos
nulos registrados durante as eleições parlamentares, porque em alguns setores
onde tradicionalmente o chavismo era vencedor, os candidatos chavistas perderam
por menos de uma centena de votos. Houve mais de mil votos nulos nesses locais.
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