O líder do PT
na Câmara, Sibá Machado (AC), minimizou hoje (8) as reações sobre a carta
enviada pelo vice-presidente Michel Temer a Dilma Rousseff. Segundo o petista,
o peemedebista fez apenas um desabafo. “Todos somos seres humanos e temos
sentimentos”, afirmou o parlamentar. Em resposta às críticas de peemedebistas
descontentes com a relação com o Planalto, Sibá ainda afirmou que o PT “sempre
teve respeito” por Temer e apostou que a situação será “resolvida rapidamente”.
Sibá Machado
manteve tom otimista em relação à aliança do PT e PMDB no Parlamento. Para ele,
a carta não vai impulsionar uma debandada de peemedebistas em direção ao
movimento pró-impeachment da presidenta Dilma Rousseff. “Todas as bancadas
tiveram dificuldade em unanimidade nas matérias votadas este ano. Esta é mais
uma”.
O vice-líder
do governo na Câmara, deputado Sílvio Costa (PE), disse que a carta foi
“inoportuna e não condiz com o caráter do Michel Temer que eu conheço”. “Ele
diz na carta que no primeiro mandato era uma figura decorativa. Então, por que
ele aceitou ser vice no segundo mandato? Eu lamento que Michel Temer,
vice-presidente da República, preste tamanho desserviço ao Brasil”, afirmou o
deputado, após reunião do ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini,
com líderes de partidos da base aliada na Câmara. O encontro ocorreu no Palácio
do Planalto.
Costa informou
que a reunião tratou da montagem da estratégia dos partidos da base para a
chapa oficial que vai disputar hoje os votos do plenário para a comissão
especial da Câmara que analisará o pedido de impeachment de Dilma.
“O PMDB é um
partido que vive sempre em entropia, em desorganização, tem várias correntes. É
evidente que existe uma luta política pesada que eu acho que se encerra às 14h,
prazo para indicar os membros. É claro que a gente sabe que neste momento tem
muita gente reunida tentando surpreender o governo. Agora, conversamos com o
deputado Leonardo Picciani [líder do PMDB] e a gente está evidentemente
tranquilo em relação aos nomes que o PMDB governista indicou. O PMDB
oposicionista tenho certeza de que não vai ganhar”, completou Costa.
Para o líder
do governo no Congresso, José Pimentel (PT-CE), a carta "faz parte do
mundo democrático onde você tem um conjunto de ideias que passou pelas urnas em
2014 e continua até 2018".
A senadora
petista Gleisi Hoffmann (PR) disse que o momento do país não é para mágoas.
"Eu respeito muito o vice-presidente Michel Temer, mas acho que estamos em
um momento do país que não cabem mágoas. Não são mágoas que temos que externar,
acho que todos temos e queremos enfrentar o problema, principalmente nas
questões mais da economia, unir os esforços para que a gente tenha esse
enfrentamento dentro da legalidade e da constitucionalidade", disse.
PMDB
Mais cedo, no Salão
Verde da Câmara, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) fez uma avaliação
contrária aos integrantes da base aliada. Para ele, a carta vai forçar mudanças dentro do PMDB. “O Michel Temer é
uma grande liderança então, na hora que levou sua insatisfação, logicamente que
ele vai ter a solidariedade dos amigos”, avaliou.
Uma das
primeiras reações já começou a ser desenhada hoje, quando parlamentares da
legenda se reuniram com partidos de oposição e outros partidos aliados que
estão insatisfeitos com o Planalto, como PSC e PTB, para alinhavar nomes para
uma chapa alternativa de parlamentares que vão disputar vagas na comissão
especial responsável pela análise do pedido de impeachment.
Depois da
reunião, o líder do PPS, Rubens Bueno (PR) disse que a insatisfação se
intensificou com a carta de Temer. “Esta reação começou quando líderes
trouxeram nomes de forma impositiva feita pelo governo agredindo o Parlamento”,
disse. “Na carta, ele [Temer] indica o menosprezo hegemônico dos que estão no
Poder e tratam aliados como subalternos”.
Bueno não quis
antecipar nomes que serão apresentados e afirmou que as assinaturas continuarão
sendo colhidas ao longo do dia. Segundo ele, ainda não há uma definição sobre
quem será indicado para assumir a presidência e a relatoria do caso na comissão
especial.
Para ser
aprovada, a chapa precisa do voto de 257 deputados em plenário. Ainda não há
definição se a votação será aberta ou secreta.
pt ta ruim de lider
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