A reunião da
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras destinada a analisar o
parecer do relator Luiz Sérgio (PT-RJ) foi suspensa em razão do início da ordem
do dia da Câmara dos Deputados. Segundo o presidente da CPI, Hugo Motta
(PMDB-PB), a reunião será retomada após o final da sessão plenária da Casa.
Motta disse
que sua intenção é que os trabalhos sigam noite adentro para que os deputados
possam discutir o relatório apresentado segunda-feira por Luiz Sérgio.
O prazo para
encerramento dos trabalhos da CPI termina sexta-feira (23). Mais de 30
deputados já estão inscritos para discutir o relatório. "Eu entendo que a
CPI tem de cumprir esse prazo e forçarei, dentro do âmbito das prerrogativas
que eu tenho como presidente, para que a discussão possa ser hoje finalizada e
a apreciação, sendo possível, faremos na noite de hoje", disse ao
suspender os trabalhos.
Até o momento,
o PSOL e o PSDB apresentaram votos em separado. O PSOL pede o indiciamento do
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e de outros parlamentares
denunciados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo
Tribunal Federal, entre eles o deputado Arthur Lira (PP-AL), e os senadores
Benedito de Lira (PP-AL) e Fernando Collor (PTB-AL).
Os tucanos
apresentaram um voto, de autoria do deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), que
foi lido pelo deputado Izalci (PSDB-DF). O documento aponta o PT como principal
beneficiado pelo esquema de desvio de recursos da estatal e pede o indiciamento
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenta Dilma Rousseff (que
presidiu o Conselho de Administração da Petrobras). Além dos dois, os
tucanos pedem o indiciamento dos ex-ministros José Dirceu, Antonio Palocci,
Guido Mantega, Ideli Salvatti e Edison Lobão.
"[Foram] muitos votos em separado e isso, na minha avaliação, já era previsto, por que há divergência entre os partidos políticos", disse Motta.
No início da
sessão, Imbassahy elaborou uma questão de ordem em que defende que os votos em
separado sejam votados como relatórios paralelos, podendo, inclusive,
substituir o parecer final, do deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), caso este seja
rejeitado. Motta disse que pretende responder ao questionamento no retorno dos
trabalhos da CPI.
O deputado não
descartou a possibilidade de a CPI teminar sem a aprovação de um relatório
final e disse que não gosta dela. "Não gosto de descartar até porque final
de CPI é imprevisível. Tem que ver a intenção de cada parlamentar, a maioria
tem que ser respeitada", disse Motta. "Agora eu torço para que a CPI
termine com um relatório condizente com a realidade dos nosso trabalho e que
venha a contribuir com o nosso país, principalmente no combate à
corrupção."
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