A perspectiva
de frustração de receitas pode levar à revisão da meta de superávit primário,
economia para o pagamento de juros da dívida pública, para este ano.
A
afirmação é do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, que conversou com
jornalistas após reunião com o ministro do Trabalho e Previdência Social,
Miguel Rossetto.
Inicialmente,
a meta de esforço fiscal para União, estados, municípios e estatais
correspondia a R$ 66,3 bilhões (1,1% do PIB) para este ano. Em julho, por causa
da queda na arrecadação federal, a equipe econômica diminuiu a meta para
R$ 8,747 bilhões – 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas
produzidas no país),
“Só que isso
não é uma decisão tomada. Estamos fazendo várias avaliações, porque tem
receitas que podem se materializar no fim do ano”, disse. Barbosa acrescentou
que pode haver novas receitas com concessões, por exemplo.
O ministro
disse ainda que as avaliações sobre a meta estão sendo feitas pelos ministérios
da Fazenda e do Planejamento e serão divulgadas até sexta-feira (23). Nelson
Barbosa afirmou que ainda não tem “nenhum número consolidado” sobre o assunto.
Perguntando se
o governo estuda flexibilizar a meta de 2016, o ministro informou que o foco é
2015.
”Não que 2016
não seja importante. É muito importante, porque nossa direção continua sendo a
mesma: de recuperar nossa capacidade fiscal, capacidade de produzir resultados
primários em nível suficiente para estabilizar a dívida pública do governo
federal. Só que, no contexto atual macroeconômico, essa recuperação é mais
lenta do que se esperava inicialmente.”
Barbosa também
disse que o cenário em análise ainda depende do encaminhamento que o Tribunal
de Contas da União (TCU) dará sobre o pagamento de equalização de taxas de
juros, dinheiro repassado do governo para os bancos. Neste mês, o TCU recomendou
ao Congresso a rejeição das contas do governo de 2014 devido ao atraso no
repasse de recursos para a Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.
Barbosa
acrescentou que, durante a reunião com Rossetto, foram avaliadas propostas de
melhoria na situação fiscal da Previdência Social, após aprovação no Congresso da
nova fórmula para cálculo de aposentadorias.
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