Os deputados
aprovaram na madrugada desta quinta-feira (22) o relatório final da Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. Foram 17 votos a favor, 9 contra e
1 abstenção. O documento foi criticado por deputados da comissão por não ter
avançado e solicitado o indiciamento de parlamentares envolvidos no esquema de
corrupção investigado na Operação Lava Jato. O relatório lista sugestões de
indiciamentos apresentadas pelos quatro sub-relatores do colegiado.
O relator,
deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), rebateu as críticas e defendeu o relatório
citando as dificuldades encontrada na condução das investigações. “Durante as investigações
pessoas ficaram caladas, a CPI que não teve acesso às delações premiadas e que
foram vazadas na mídia”, disse. “Trabalhei [dentro de limites] em um relatório
dentro de uma ótica propositiva”, acrescentou.
Para o
deputado Ivan Valente (PSOL-SP), a CPI não quis cortar na própria carne ao não
incluir os nomes de políticos investigados. “Colocaram que não temos pernas
para acompanhar as investigações da Lava Jato e que não poderíamos ser cobrados
por isso. A CPI poderia ter andando mais rápido com os políticos, porque, aqui,
os que estão sendo processados têm foro privilegiado, e tínhamos a prerrogativa
de convocar deputados, senadores, ministros e ir adiante, e nós não fizemos”,
disse.
O texto
aprovado descarta ter havido “corrupção institucionalizada” na Petrobras. O
relator diz ainda que a empresa foi vítima de um cartel de empresas, além de
criticar alguns pontos da investigação da Operação Lava Jato, principalmente na
parte que cita ter havido pagamento de propina disfarçado de doações oficiais a
partidos políticos.
Entre outros
pontos, o relatório do deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) isentou de responsabilidade
em irregularidades na Petrobras o ex-presidente Lula, a então presidenta do
Conselho de Administração da empresa, ministra Dilma Rousseff, e José Sérgio
Gabrielli e Graça Foster, ex-presidentes da Petrobras.
"Por fim,
é importante ressaltar um fato tem passado despercebido da população: não há
menção dos delatores sobre o envolvimento dos ex-presidentes da Petrobras José
Sérgio Gabrielli e Graça Foster ou de ex-conselheiros da estatal, como a
presidente Dilma Rousseff. Também não há nos autos da CPI qualquer evidência
neste sentido, seja em relação à presidente Dilma ou do ex-presidente
Lula."
O relatório
pede ainda a revogação do Decreto nº 2.745/98, que regulamenta o Processo
Licitatório Simplificado da Petrobras. Segundo o relator, o decreto permite
procedimento simplificado de escolha de empresas contratadas pela Petrobras e é
uma das causas das irregularidades detectadas na empresa.
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