A redução do
plano de investimentos da Petrobras em quase 40% este ano é o principal fator
responsável pelo encolhimento da economia brasileira em 2015. A conclusão
consta de estudo divulgado nesta quarta (21) à noite pela Secretaria de
Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda.
De acordo com
o documento, a redução dos investimentos da petroleira de US$ 37,1 bilhões em
2014 para US$ 25 bilhões em 2015 será responsável por pelo menos 2 pontos
percentuais da contração do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas
produzidas no país). Oficialmente, a SPE prevê retração de 2,44% do PIB este
ano, mas o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras
divulgada pelo Banco Central, projeta encolhimento de 3%.
Segundo a
secretaria, a redução do plano de investimento da Petrobras provocará a
contração do PIB em 0,6 ponto percentual apenas por meio dos efeitos diretos.
Incluídos os efeitos indiretos (sobre fornecedores e empresas relacionadas à
indústria de petróleo) e a queda na renda da população afetada, a retração sobe
para 1,7 ponto percentual.
Caso seja
incluído o impacto dos investimentos totais que deixaram de ser realizados
pelas empreiteiras, não apenas na área de petróleo e gás, o efeito negativo
sobre a economia sobe para pelo menos 2 pontos percentuais. De acordo com o
estudo, a crise na Petrobras teve consequência muito maior sobre o encolhimento
da economia do que as medidas de aumento de tributos anunciadas este ano.
“Esse impacto
evidentemente é muito maior do que o possível efeito contracionista ao longo do
ano da variação muito modesta nas alíquotas de alguns impostos, como a Cide
[Contribuição de Intervenção no Domíno Econômico] ou o PIS/Cofins da
importação”, diz o estudo. A redução pela metade da desoneração da folha de
pagamento, lembrou a SPE, só entrará em vigor em dezembro e só terá efeito
em 2016.
De acordo com
a secretaria, a Petrobras tem peso relevante na economia por causa do elevado
volume de investimentos. De 2010 a 2014, ressaltou o estudo, a companhia foi
responsável por 8,8% dos investimentos no país, o que equivale a 1,8% do PIB.
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