O presidente
da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Márcio Lacerda, disse hoje (27) que
ainda não há acordo entre municípios e governo federal sobre a aplicação dos
recursos arrecadados se for recriada a Contribuição sobre Movimentação
Financeira (CPMF). Segundo Lacerda, que participou de reunião no Palácio do
Planalto, pela manhã, há entendimento sobre uma alíquota de 0,38%, sendo 0,20%
para a União, 0,09% para estados e 0,09% para municípios.
A reunião,
comandada pelo ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, teve também
a participação de governadores e representantes de outras entidades
municipalistas.
“A União não
abre mão dos 0,20%. Ficou consensuado que seriam 0,20%, 0,09% e 0,09%",
informou Lacerda, que é prefeito de Belo Horizonte. Ele disse que também
participaram da reunião os governadores de Pernambuco, Paulo Câmara, e do Rio
de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, além de representantes da Associação
Brasileira de Municípios (ABM), da Confederação Nacional de Municípios (CNM). A
FNP, a ABM e a CNM vão continuar discutindo a questão a próxima semana, quando
deve haver nova reunião para fechar um acordo, acrescentou Lacerda.
Para a FNP, a
distribuição dos recursos que forem arrecadados deve beneficiar a população
dependente do Sistema Único de Saúde (SUS) e as equipes de saúde da família.
“Continuamos entendendo que teríamos um apoio maior da própria população e dos
parlamentares se houvesse uma destinação específica para os municípios. O
governo e a CNM defendem que seja o critério da seguridade social, que prevê
aposentadorias, educação, saúde e a própria assistência social”, disse Lacerda.
Ele ressaltou, porém, que é preciso chegar a um acordo antes de buscar apoio
para aprovação de CPMF no Congresso Nacional.
De acordo com
Lacerda, a mudança deve ser estrutural, no modelo de financiamento da gestão
pública do país e dos governos. “A não ser que haja um crescimento econômico bastante
razoável e sustentável, a médio prazo, em cinco ou dez anos, todo os governos
estarão falidos, porque as despesas estão crescendo acima da capacidade dos
impostos de gerar receita. […] É necessário fazer mudanças na Previdência, no
sistema de carreiras do funcionalismo público, e isso precisa ser pensado com o
país sob uma liderança política, com os Três Poderes se entendendo, porque, do
jeito que estamos, não podemos continuar”, afirmou o presidente da FNP.
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