O presidente
do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, disse hoje (18) que,
para a Corte, está encerrada a discussão sobre as doações de empresas privadas
para campanhas eleitorais. Ele explicou que a decisão do STF se baseou em
princípios constitucionais e de igualdade entre os cidadãos, os pilares da
Constituição.
Quanto à
possibilidade de entendimento diferente do Congresso, que terá que decidir
sobre uma proposta de emenda à Constituição para permitir o financiamento
privado, Lewandowski lembrou que houve um precedente em que o Supremo
considerou a decisão inconstitucional. Isso ocorre, segundo ele, quando emendas
constitucionais entram em conflito com as cláusulas pétreas.
Para
Lewandowski, a decisão do STF deixou evidente que a proibição valerá para as
próximas eleições. Ele disse que não pretende polemizar com o presidente da
Câmara, Eduardo Cunha, para quem, há uma possibilidade de a medida não se
aplicar nas eleições de 2016.
“Não quero
polemizar com o presidente da Câmara. Ele tem as suas razões. É chefe de um
poder, mas entendo que a decisão do Supremo foi extremamente clara e eu, ao
proclamar o resultado, deixei explícito que as normas valerão para as próximas
eleições”, apontou.
O governador
do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, recordou que são muitos anos em que a
legislação permitia este tipo de financiamento e, embora reconheça que haverá
um período de difícil adaptação, acrescentou que o político tem que obedecer as
leis.
“Estamos
chegando quase a um ano da eleição. Podia haver uma transição. Acho que os
candidatos enfrentarão muitos problemas. Acho que é preciso muita orientação de
como será. Se haverá financiamento público e como vai ser para se candidatar”,
contou.
Pezão lembrou
que uma alternativa pode ser um velho hábito de fazer campanha. “Se for só
andar para pedir voto, acho extraordinário, porque fiz a minha campanha assim.
Claro que tinha televisão, mas eu andava de oito a nove horas por dia. Sempre
fiz campanha batendo na porta do eleitor”, disse.
Lewandowski e
Pezão participaram hoje, no Tribunal de Justiça do Rio, da implantação do
sistema de audiências de custódia. O sistema determinará um processo mais
rápido para os casos de prisão em flagrante. O Rio é o vigésimo estado a adotar
a regra. A expectativa é que sejam atendidos 20 presos por semana.
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