O Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) informou hoje (31) que vai dar continuidade à apuração
e julgamento de processo sobre campanha da presidenta Dilma Rousseff, mesmo
após o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ter se manifestado pelo
arquivamento de parte da ação que contesta contratação de uma gráfica. O
tribunal não tem prazo para concluir o julgamento.
Janot
argumentou que as contas de campanha de Dilma foram aprovadas pelos ministros
do TSE, com ressalva, em dezembro passado e o prazo para recursos terminou. O
procurador disse ainda que não há indícios de irregularidade na contratação da
gráfica VTPB Serviços Gráficos e Mídia Exterior Ltda pela campanha de Dilma. A
manifestação de Janot foi em resposta a um pedido do vice-presidente do
TSE, Gilmar Mendes, relator da prestação de contas da campanha eleitoral, para
investigação da gráfica.
No despacho,
datado de 13 de agosto, Janot disse que “outro fundamento para o arquivamento
ora promovido: a inconveniência de serem, Justiça Eleitoral e Ministério
Público Eleitoral, protagonista – exagerados – do espetáculo da democracia,
para os quais a Constituição trouxe, como atores principais, os candidatos e os
eleitores”.
Segundo o
texto, os fatos apontados pelo vice-presidente do TSE não apresentam
“consistência suficiente para autorizar, com justa causa, a adoção das sempre
gravosas providências investigativas criminais”.
Assessores do
ministro Gilmar Mendes informaram que foram reunidos documentos e informações
noticiadas pela imprensa para pedir a investigação.
O processo
teve início após denúncia apresentada pela Coligação Muda Brasil, do então
candidato Aécio Neves (PSDB). Na denúncia, a coligação questiona várias pontos
da campanha de Dilma, entre eles o pagamento de R$ 16 milhões à gráfica citada
para impressão de material de campanha. Segundo a ação, a gráfica não funciona
no endereço informado e não teria estrutura para concluir o serviço. A
coligação também questiona o motivo de todo o material, que seria distribuído
em várias cidades do país,ter sido entregue em um único endereço de Porto
Alegre.
O TSE informou
que, além do Ministério Público, foram encaminhados pedidos de apuração a
outros órgãos, como a Receita Federal e o Conselho de Controle de Atividade
Financeira (Coaf), para se manifestarem e investigarem a origem da
empresa.
Oposição
Partidos de
oposição na Câmara criticaram a decisão de Janot. Em nota, divulgada
neste domingo (30), os líderes Rubens Bueno (PPS), Carlos Sampaio
(PSDB), Arthur Maia (SD) e Mendonça Filho (DEM) destacaram que o despacho do
procurador-geral “causou estranheza” às legendas.
“No processo
eleitoral, eleitores, partidos, Justiça Eleitoral e Procuradoria têm papéis
distintos e complementares e é fundamental que todos cumpram o que lhes cabe,
com equilíbrio e isenção”, afirmaram.
Os deputados
destacaram que maioria dos ministros do TSE votou a favor do prosseguimento da
ação “para investigar as graves denúncias de ilícitos, alguns deles apontados
não pelas oposições, mas por colaboradores no bojo da Operação Lava Jato, que
vem tendo como justo 'protagonista' exatamente o Ministério Público Federal, o
que justificaria ainda mais o avanço das investigações”.
Via Agência
Brasil
tem que investigar todas
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