quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Reforma Política eficaz seria a mudança na formação das forças políticas nos conceitos sobre valores na sociedade


Por Marcos Rebello no grupo Consciência Política Razão Social no Facebook

Três pontos essenciais que estão interconectados e que, somente juntos, justificam a política brasileira. Os mesmos pontos, porém isolados, não possuem o mesmo poder para justificar uma mudança.  Vamos lá: 

Primeiro ponto: O Brasil das classes mais baixas consiste na esmagadora maioria da sociedade. Esta enorme maioria não era enxergada por todos os governos antes de Lula. Ou seja, este era, e continua sendo, o Brasil de fato por razões óbvias. Porque o que manda é os números, e números grandes, multiplicando-se, mandam em qualquer equação. Neste caso a equação é a social que pressiona e exige da economia. Ou seja, mais cedo ou mais tarde essa multidão estaria arrebentando os portões das metrópoles para entrar nas mansões e casas da classe média. Hoje este comportamento já pode ser visto em menor escala e é por este motivo que os que votaram em Aécio gritam desesperados por uma volta ao país das maravilhas. Gritam em vão! Porque a necessidade maior de criar condições de sobrevivência e desenvolvimento para esta esmagadora maioria é um imperativo moral e econômico.

Segundo ponto: O modelo do Estado Republicano atual sustentado pela democracia representativa está completamente falido! Ele foi desenhado há mais de dois séculos e não corresponde às demandas da sociedade moderna que desenvolveu culturalmente, possui novos modos de comunicação e é dotada de tecnologia ultrassofisticada. Alem disto, os grupos de interesse econômico através dos séculos conseguiram aparelhar a máquina do estado e tem assim controle quase total sobre as instituições que dirigem sucessivos governos. Ou seja, o sistema político, que pelo processo eleitoral coloca nos governos supostos representantes da sociedade, não consegue que estes representem porque há um enorme espaço entre o representante e o representado. É neste espaço, que sempre cresce, onde se inserem os poderes econômicos com interesses particulares, razão porque a máquina do governo não consegue governar para a sociedade, mas apenas para os grandes interesses.

Terceiro ponto: A corrupção do estado através dos sucessivos governos ocorre pela compra de favores e de indivíduos nas diversas instituições do estado. Os partidos políticos são comprados e feitos reféns por ideologias que corrompem o interesse da maior parte da sociedade. Este interesse é a vida em comum, pacífica e ordeira para que haja desenvolvimento e manutenção da cultura. Sem equilíbrio econômico e identidade cultural não há sociedade e não há vida em comum. O resultado é o individualismo doentio que corrompe todos os valores reais do ser humano. Resulta que a sede pelo poder corrompe toda a sociedade desde que o aparelhamento e o controle das instituições do estado sejam o alvo maior que representa o sucesso. 

Este modelo de Estado, que obriga governos a serem corrompidos por grandes interesses, não serve para manter uma sociedade sadia. Isto tem que mudar.

Agora, fazer uma Reforma para simplesmente redistribuir o mesmo processo de formação de forças políticas para manter o mesmo modelo de Estado é improdutivo porque resultaria nas mesmas forças agindo da mesma maneira para aparelhar as mesmas instituições do Estado. Isso desde que os mesmos interesses estarão agrupados agindo da mesma maneira.


O que é preciso fazer é uma reforma na formação das forças políticas e isso só será possível com uma mudança nos conceitos sobre valor na sociedade.

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