Os
manifestantes do ato ‘Se Não Tiver Direitos, Não Vai Ter Copa’ – promovido na Avenida Paulista ontem (23) –
percorreram sem problemas todo o trajeto da Praça do Ciclista à Praça Oswaldo
Cruz, voltando até o vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Na
dispersão, no entanto, por volta das 18h40, a Polícia Militar (PM) lançou
bombas de gás lacrimogêneo em direção aos ativistas no quarteirão entre a Rua
Augusta e a Rua Haddock Lobo.
Próximo
à Rua Augusta, manifestantes reclamaram que alguns soldados da Tropa de Choque
usavam máscaras que impediam o reconhecimento facial. Dois manifestantes se
desentenderam, formou-se um tumulto no local e, em seguida, a PM lançou bombas
para dispersar as pessoas. Perguntada sobre o ocorrido, a PM ainda não se
manifestou sobre o uso das máscaras e das bombas. Mais cedo, na concentração do
protesto, os ativistas jogaram futebol na rua sob o olhar de centenas de
policiais. Além dos gastos para a realização do Mundial, os manifestantes
questionam a repressão policial e defendem o direito de livre manifestação e de
greve.
A
manifestação de hoje foi marcada pela presença ostensiva de policiais da Tropa
de Choque e da Cavalaria, além de equipes em motocicletas, viaturas e a pé.
Alguns policiais levavam armas nas mãos. Sobre os cavalos, soldados da PM
estavam armados com sabres (espadas). De acordo com a PM, havia 200 pessoas,
entre manifestantes e jornalistas. O número de policiais foi praticamente o
mesmo que o de ativistas.
Mais
cedo, por volta das 13h, em Porto Alegre, também houve uma manifestação. Foi
organizado um ato em frente a prefeitura da cidade, com passeata até o Largo do
Zumbi dos Palmares. “Tinha mais policiais do que manifestantes. A situação era
a de controle”, disse Fernando Campos Costa, integrante do Comitê Popular da
Copa e da Amigos da Terra Brasil. Ele acrescentou que amanhã (24), na capital
gaúcha, haverá uma ação protesto, com o lançamento do filme A Copa Que o
Mundo Perdeu em Porto Alegre. O filme retrata os impactos das obras da Copa em
comunidades de Porto Alegre.
Da
Agência Brasil
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