Projeção do
Banco Central, no Relatório de Inflação, divulgado nesta quinta-feira
27, reduz o ritmo de crescimento da economia em relação a 2013, que
registrou avanço de 2,3%; estimativa do BC para a inflação, medida pelo IPCA,
deve ficar em 6,1%, este ano.
A economia
brasileira deve crescer 2%, este ano, reduzindo o ritmo em relação a 2013. A
projeção é do Banco Central (BC), no Relatório de Inflação, divulgado hoje (27).
No ano
passado, o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços
produzidos no país, cresceu 2,3%. De acordo com as projeções do BC, o
crescimento para a produção da indústria em 2014 é de 1,5%, ante 1,3%
registrado em 2013. O crescimento do setor de serviços em 2014 foi projetado em
2,2% (contra 2% medidos em 2013). A produção agropecuária também deve crescer
menos este ano: 3,5%, ante 7% observados em 2013.
O consumo das
famílias deve crescer 2% (2,3% registrados em 2013). Segundo o relatório esse
crescimento será "amparado no cenário de manutenção das baixas taxas de
desemprego e de ganhos reais de salários moderados". O consumo do governo
deverá aumentar 2,1% e a Formação Bruta de Capital Fixo (investimentos), 1%,
ante 1,9% e 6,3%, respectivamente, registrados em 2013).
As exportações
e importações de bens e serviços devem crescer 1,3% e 0,9%, respectivamente, em
2104, ante elevações de 2,5% e 8,4%, respectivamente, em 2013. "As
exportações devem se beneficiar do cenário de maior crescimento global e da
depreciação do real, a qual também deve contribuir para o arrefecimento das
importações" diz o BC.
Inflação
chegará a 6,1% em 2014
A inflação,
medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve ficar em
6,1%, este ano, 0,5 ponto percentual acima da projeção do Banco Central (BC)
divulgada em dezembro. Essa estimativa está no Relatório de Inflação, divulgado
hoje (27).
Em 2015, a
inflação deve recuar e encerrar o período em 5,5%. Em 12 meses a acumulados no
final do primeiro trimestre de 2016, a projeção ficou em 5,4%.
Essas
projeções são do cenário de referência, em que o BC levou em considerações
informações disponíveis até o dia 14 de março deste ano para fazer as
estimativas. Nesse cenário foram considerados o dólar a R$2,35 e a taxa básica
de juros, a Selic, atualmente em 10,75% ao ano.
O BC também
divulga os dados do cenário de mercado, que faz estimativas para a taxa de
câmbio e a Selic. No cenário de mercado, a previsão para a inflação neste ano é
6,2%, 0,6 ponto percentual acima da estimativa de dezembro. Em 2015, a projeção
é 5,5% e em 12 meses a acumulados no final do primeiro trimestre de 2016, em
5,2%.
As estimativas
de inflação estão acima do centro da meta de inflação, 4,5%, que deve ser
perseguida pelo BC. Essa meta tem como limite superior 6,5%. Um dos
instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e, consequentemente,
a inflação, é a taxa básica de juros, a Selic. Essa taxa é usada nas
negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia
(Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia.
Quando o
Comitê de Política Monetária (Copom) do BC aumenta a Selic, o objetivo é conter
a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos
encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros
básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à
produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação.
O BC tem que
encontrar equilíbrio ao tomar decisões sobre a taxa básica de juros, de modo a
fazer com que a inflação fique dentro da meta estabelecida pelo Conselho
Monetário Nacional. Atualmente, a Selic está em um ciclo de alta. A última
elevação ocorreu em fevereiro, quando ficou em 10,75% ao ano. A próxima reunião
do Copom está marcada para os próximos dias 1º e 2 de abril.
No cenário de
referência, a probabilidade estimada de a inflação ultrapassar o limite
superior do intervalo de tolerância da meta em 2014 ficou em torno de 38% e, em
2015, de 27%. No cenário de mercado, essa probabilidade ficou em cerca de 40%,
este ano, e em 29%, em 2015.
Da Agência
Brasil
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