O ministro das
Relações Exteriores da Venezuela, Elias Jaua, se reunirá hoje (19) com os
embaixadores dos países da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e
Caribenhos (Celac). O principal ponto que deverá ser defendido por ele é o fim
da ingerência estrangeira com o objetivo de derrubar o presidente venezuelano,
Nicolás Maduro, por vias antidemocráticas. O governo da Venezuela tem
argumentado que os protestos no país estão relacionados à intenção de grupos de
direita ligados aos Estados Unidos de derrubar o presidente.
De acordo
com o chanceler venezuelano, os assuntos internos do país têm de
ser resolvidos sem a interferência de Estados estrangeiros. Jaua
agradeceu os países e as instâncias internacionais que manifestaram apoio ao
governo da Venezuela nos últimos dias - em especial a China, Rússia, o
Mercosul, a União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e a Celac. Ontem (18), a
Celac emitiu comunicado pedindo que o governo da Venezuela promova o diálogo
entre as forças políticas e repudiando a violência nos protestos, que deixaram
pelo menos quatro mortos e 63 feridos.
Segundo ele,
todos esses foram países e organizações que emitiram mensagens relacionadas à
preservação da paz e da defesa da institucionalidade democrática. Ontem, o
ministro da Relações Exteriores brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, disse
estar acompanhando
"com atenção" os acontecimentos no país vizinho e informou
que a posição do Brasil está expressa nos comunicados do Mercosul e
da Unasul emitidos
nos últimos dias.
"Estamos
dispostos a assumir as consequências necessárias para exercer a independência,
a soberania e a autonomia dos Poderes Públicos venezuelanos", disse o
ministro.
Para ele, os
manifestantes que estão conduzindo os protestos dos últimos dias são radicais
de extrema direita e grupos fascistas que não estão interessados em resolver os
problemas da Venezuela.
Ontem (18), um
dos principais líderes da oposição e das manifestações no país, Leopoldo López,
se entregou às autoridades venezuelanas. López era procurado pela polícia há
cerca de uma semana e, depois da escalada de violência, decidiu se entregar.
Antes, reunido com manifestantes em uma praça na capital, Caracas, o líder
pediu que os protestos continuem. Ele é acusado pelas autoridades de
assassinato e incitação à violência, entre outras atividades.
O destino de
López depois de detido foi motivo de especulação, pois, em vez de ser
encaminhado a um centro de interrogatórios para onde os presos políticos são
geralmente levados, o líder foi transportado para um local fora da capital.
Hoje, a ministra da Informação e da Comunicação, Delcy Rodríguez, informou, em
sua conta na rede social Twitter, que ele está com os direitos humanos
resguardados.
Em entrevista
à rede norte-americana CNN, a mulher de López, Lilian Tintori, informou que o
governo da Venezuela se mostrou preocupado em preservar a segurança e a
integridade física do seu marido, que está sendo acompanhado pelo presidente da
Assembleia Nacional, Diosdado Cabello.
Na
terça-feira, a organização não governamental (ONG) Anistia
Internacional informou que não acredita que a Venezuela esteja considerando
o direito aos protestos pacíficos de seus opositores e pediu que o governo
respeite a livre expressão dos grupos críticos ao presidente Nicolás Maduro. O
chanceler britânico, William Hague, em visita ao Brasil, expressou a mesmapreocupação em
relação aos acontecimentos.
Da Agência
Brasil - Com informações da TV multiestatal, Telesur
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