Homem lê edição desta terça-feira (25) do jornal 'Red Pepper' em Kampala, capital de Uganda (Foto: Stephen Wandera/AP) |
Presidente
promulgou lei que criminaliza a homossexualidade.
Lista tem
nomes e fotos de 200 supostos gays famosos no país.
Um jornal
publicou nesta terça-feira (25) o nome de 200 pessoas acusadas de serem
homossexuais em Uganda, um dia depois que o presidente chamou os gays de
"mercenários" e assinou uma rígida lei contra a homossexualidade.
"Descobertos!"
é a manchete do jornal sensacionalista Red Pepper", que publica a foto dos
supostos gays e suas ações homossexuais.
O presidente
de Uganda, Yoweri Museveni, promulgou na segunda-feira (24) uma lei que
transforma a homossexualidade em um crime que pode ser punido com prisão
perpétua, ignorando completamente as críticas e pressões ocidentais.
O Parlamento
ugandense já havia aprovado em 20 de dezembro de 2013 por ampla maioria uma lei
que aumenta consideravelmente a repressão contra os homossexuais e que prevê a
prisão perpétua para reincidentes, considerados culpados de
"homossexualidade agravada".
Segundos os
termos da lei, passa a ser proibido qualquer "promoção" da
homossexualidade e obrigatório a denúncia de qualquer pessoa que se identifique
como homossexual.
Os defensores
dos direitos humanos e os governos ocidentais, em especial os Estados Unidos,
criticaram duramente a lei, apesar de os trechos mais polêmicos da lei, que
previam a pena de morte em caso de reincidência, relações com menores ou para
as pessoas com Aids, finalmente serem abandonados.
O presidente
americano Barack Obama chamou de"'passo atrás" a lei, cuja aprovação
"complicaria" a relação entre Uganda e Washington.
Apesar das
advertências, o presidente ugandês assegurou que não se deixará impressionar.
"Os
estrangeiros não podem nos dar ordens. Impor valores sociais de um grupo a nossa
sociedade é um imperialismo social", insistiu Museveni, cujo governo já
vem sofrendo críticas por sua corrupção endêmica.
Ele acusou uma
parte dos homossexuais de ter feito essa opção sexual "por razões
mercenárias", enquanto os outros se tornaram assim por uma "mistura
inata - de elementos genéticos - e adquiridos".
Os
homossexuais são alvos frequentes de perseguições e agressões, e mesmo
assassinato em Uganda, país homofóbico e amplamente influenciado pela Igrejas
evangélicas.
Em 2011, David
Kato, símbolo da luta pelos direitos dos homossexuais em Uganda, foi morto em
sua casa, três meses após seu nome ser divulgado em uma revista junto a outros
sob o título "Prendam-nos".
Do G1.com
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