terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Política e futebol rasteiros.


Dag Vulpi - O Brasil ha muito perdeu o glamour de ser o país do futebol e do samba, optou por fazer uma péssima permuta, abrindo mão do samba, e em seu lugar elegendo a política como sua legítima substituta. Passou a ser o país do futebol sem graça e da política rastejante, onde as "artes" prediletas confundem-se na plenitude rasteira da ignorância, seja na politicalha ou na futebolística.

Aqui poucos se importam se o político é desonesto, seja através do caixa dois, que é tanto crime quanto desvio de verbas públicas, ou se um time tira proveito de erros alheios para justificar os seus próprios, ainda que os seus sejam potencialmente maiores e mais vergonhosos que os cometidos pelo outro.

Estamos na era da travessia do pântano de lamas, onde os fins justificam os meios. Pouco importa se o político desviou verbas, o que de fato importa é que ele lista nas fileiras da legenda que eu simpatizo. Igualmente, pouco importa se o time de futebol fez ou não por merecer o título ou a permanência nesta ou naquela divisão, o que de fato importa é que o meu time se deu bem. Danem-se os demais, aqui o que queremos e aplaudimos é a incessante plenitude da “lei de Gerson”.   

Passarinhando pelas redes sociais nesta tarde, encontrei muita coisa relacionada à queda de uma pequena equipe que disputara a serie A do brasileirão de 2013, e, em contrapartida a ascensão de outra que ocupará a vaga por aquela deixada.

Muitos foram os gracejos publicados, comentados, compartilhados e curtidos, que acabei por me envolver em alguns deles, tentando dar ainda mais graça para um assunto que só agora percebo não ter tanta graça assim.

Naquele momento muitos dos participantes daquela rede social já postavam suas despedidas desejando ótima noite para os que ainda permanecessem por algum tempo. Foi aí que parei e percebi que Infelizmente dentre tudo que foi tratado sobre o assunto, eu não havia lido ainda, sequer um depoimento sério feito por um tricolor igualmente sério sobre estes episódios que volta e meia envolvem o tricolor das Laranjeiras.

Seria interessante que um tricolor legítimo reconhecesse que, mesmo que o seu time do coração permaneça na série A do brasileiro no ano que vem, ainda assim, seu time fizera uma campanha pífia em 2013, fato até então ainda não ocorrido, onde, um clube fora campeão brasileiro num ano e no ano seguinte fazer uma campanha tão ruim que a qualificaria como merecedor de disputar a série B daquele campeonato. 

O que vem acontecendo, não só no fluminense, mas em varias equipes de futebol, é um completo desrespeito com seus torcedores. Assim como vivemos um momento político, onde representantes desrespeitam e desonram os votos a eles confiados. Tudo aparentemente dentro da lisura, onde torcedores defendem os erros dos seus clubes de paixão e militantes partidários defendem igualmente bandidos travestidos de probos.


Já é tempo de dar uma pausa e fazermos uma autocrítica no quanto estamos sendo cúmplices nos rumos deste pais.  

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