Comitê irá
apresentar propostas de alterações no sistema político e eleitoral.
Deputados também decidiram estabelecer teto para campanha e doações.
Deputados também decidiram estabelecer teto para campanha e doações.
Grupo da reforma política da Câmara irá propor o fim do voto obrigatório (Foto: Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados) |
O grupo de
trabalho criado na Câmara dos Deputados com o objetivo de propor um pacote de
alterações no sistema político e eleitoral aprovou nesta quinta-feira (24)
proposta que prevê o fim da obrigatoriedade de os eleitores votarem nas
eleições.
Os parlamentares
querem substituir o voto obrigatório pelo voto facultativo, modelo vigente em
boa parte dos países com democracias consolidadas, como Estados Unidos e
França. Para virar lei, a proposta ainda terá de ser submetida à votação nos
plenários da Câmara e do Senado, em dois turnos.
Atualmente, a
Constituição determina que o voto é obrigatório para os eleitores com idade
entre 18 e 70 anos. A legislação brasileira garante voto facultativo apenas aos
eleitores analfabetos, aos maiores de 70 anos e àqueles com idade entre 16 e 17
anos.
O projeto que
irá desobrigar todos os eleitores de comparecerem às urnas será apresentado por
meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Para promover alterações
na carta constitucional, a proposta precisará ser aprovada em duas votações nas
duas casas legislativas por maioria de 3/5 dos membros (308 deputados e 49
senadores). Se não alcançar esse número mínimo de votos em qualquer uma das
votações, o texto será arquivado.
O comitê
coordenado pelo deputado Cândido Vaccarezza tem até o próximo dia 5 para
apresentar uma proposta final de reforma política à presidência da Câmara. Não
há previsão de quando a proposta da reforma política será votada pelos
congressistas.
Indepententemente
da data, os projetos discutidos pelo comitê não irão valer para as eleições do
ano que vem, porque a legislação eleitoral exige que eventuais mudanças nas
regras têm de ser aprovadas com pelo menos um ano de antecedência. Para terem
efeito no pleito de 2014, as propostas teriam de ter sido promulgadas ou
sancionadas até o dia 5 de outubro.
Teto
para campanhas
Além do voto
facultativo, o colegiado da reforma política aprovou nesta quinta a implantação
de um teto para gastos de campanhas eleitorais e também para as doações. No
entanto, os integrantes do grupo de trabalho não definiram qual será o valor
máximo que poderá ser gasto pelos candidatos.
Se a proposta
for avalizada por deputados e senadores, o teto eleitoral será estabelecido,
posteriormente, por meio de uma nova lei. O comitê não chegou a discutir
modelos que possam servir de parâmetro para definir o máximo de gastos
permitido.
Duração
dos mandatos
Apesar de
terem decidido em setembro modificar de quatro para cinco anos a duração dos
mandatos eletivos, os deputados do colegiado comandado por Vaccarezza recuaram
nesta quinta e decidiram manter a duração dos mandatos em quatro anos.
Ficou em
aberto, no entanto, a definição sobre se será apresentada proposta que
estabelece o fim das reeleições. O tema deverá ser discutido na próxima quinta
(31). No mês passado, parte do grupo já havia sugerido o fim da reeleição para
cargos do Executivo.
Para o
deputado Cândido Vacarezza, que defende a manutenção da regra de reeleição, as
próximas reuniões do grupo terão discussão “fácil”. “Já concluímos o trabalho e
vai ser relativamente fácil a discussão do grupo, sem imposição de nenhuma
posição. Acho que é um grande avanço no sentido da reforma política”, disse o
petista.
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