A Assembleia
Nacional da Venezuela aprovou a Lei Habilitante, que dará ao
presidente Nicolás Maduro mais poderes para governar, mediante a emissão de
decretos, durante 12 meses.
A ampliação
das prerrogativas do Executivo deve priorizar o combate à corrupção e ações
para vencer a crise financeira que afeta o país. A lei faculta ao presidente
Maduro a autonomia para expedir decretos com valor e força de lei sobre
matérias pertinentes aos temas que o governo considere como necessidades e
emergências do país.
Segundo o
governo, a Lei Habilitante, aprovada em segunda votação, tem cinco pontos
prioritários: “controle de custos, apoio à produção, proteção salarial,
controle de preços e regulação, além de definição de limites de lucros para a
iniciativa privada”.
A população
que apoia o governo se concentrou ao longo desta terça-feira nas proximidades
da Assembleia Nacional da Venezuela, em Caracas, em sinal de apoio à aprovação
da lei. Maduro tem dito que pretende intensificar ações contra crimes de usura,
o combate à especulação financeira, especialmente no varejo de alimentos e
eletrodomésticos. "É necessário que o povo mantenha a unidade para seguir
derrotando os que praticam crimes de usura e também aos imperialistas, que
promovem essa guerra econômica”, defendeu, durante a sessão, o presidente da
Assembleia Nacional, Diosdado Cabello.
O presidente
Nicolás Maduro comentou, em sua conta no Twitter, que o Executivo já está
trabalhando na formulação dos primeiros decretos para proteção de preços,
comércio exterior e garantia de controle de importações e exportações no país.
Antes mesmo da
aprovação da lei, o governo Maduro já havia anunciado mudanças para contornar a
especulação financeira. O governo está promovendo operações de fiscalização de
venda de produtos e determinou maior vigilância contra a venda de dólares no mercado
paralelo.
Com a
aprovação da lei, novas medidas devem ser anunciadas ainda esta semana. Para o
governo, é importante apresentar melhores resultados econômicos e garantir o
abastecimento alimentar, porque, no dia 8 de dezembro, o país terá eleições
municipais. A oposição tem feito uma forte campanha para tentar ampliar a
presença nos estados do país. A eleição é considerada por analistas do país
como um termômetro interno para medir a força de Nicolás Maduro, quase um ano
depois de ter assumido a Presidência do país interinamente com o agravamento do
câncer de Hugo Chávez.
Após a
aprovação da lei, o líder da oposição no país e governador do estado de
Miranda, Henrique Capriles, disse que a Lei Habilitante não será capaz de
resolver os problemas do país. "Essa lei é uma farsa porque conseguiram os
99 votos necessários a aprovação apelando para a corrupção judicial. É uma lei
corrupta na origem e na maneira com que foi votada", atacou Capriles.
No discurso,
durante uma maratona de campanha eleitoral no estado de Zuila, Capriles
referiu-se ao fato de que, antes da aprovação da lei, a Assembleia Nacional ter
aprovado a perda da imunidade parlamentar da deputada opositora María Mercedes
Aranguren. Ex-chavista, ela é acusada e investigada por peculato e associação
de capitais. A oposição considerou a ação como uma "manobra" para que
Carlos Flores, suplente da deputada, votasse a favor da lei. A matéria
precisava de 99 votos para ser aprovada. Na votação, a base governista
conseguiu exatamente o mínimo necessário.
Da Agência
Brasil*
*Com
informações da Agência Venezuelana de Notícias (AVN)
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