Quatorze especialistas de 17 universidades brasileiras se
reúnem até amanhã (20) em Brasília (DF) para trocar informações sobre a
repressão militar contra camponeses. O encontro acontece no Centro de
Treinamentos da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag),
no Núcleo Bandeirante, em Brasília.
Integrantes da rede de pesquisadores e pesquisadoras da Comissão
Camponesa da Verdade (CCV), os acadêmicos vão aproveitar a presença de membros
do grupo de trabalho Camponeses e Indígenas, da Comissão Nacional da Verdade
(CNV), para discutir a repercussão de casos emblemáticos de repressão entre os
anos 1946 e 1988. Além disso, também vão aprofundar o debate sobre graves
violações de direitos humanos no campo.
Nesta manhã, a coordenadora do grupo de trabalho Camponeses e Indígenas,
a psicanalista Maria Rita Kehl, apresenta um relatório parcial sobre o caso dos
integrantes da Liga Camponesa de Sapé, Pedro Fazendeiro e Nego Fuba. Á tarde o
coordenador do Projeto Memória e Verdade da Secretaria de Direitos Humanos, Gilney
Viana, vai apresentar relatório sobre vários casos de violações no campo.
Ás 18h30, representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores na
Agricultura (Contag), da Marcha das Margaridas e da Comissão Camponesa da
Verdade promovem um ato em memória aos 30 anos do assassinato da líder
camponesa Margarida Maria Alves - primeira sindicalista brasileira a lutar
pelos direitos trabalhistas no estado da Paraíba, durante o período da ditadura
militar. O evento será as 18h30, no Centro de Estudos Sindical Rural (Cesir).
Amanhã (20), os participantes devem discutir o documento final a ser
apresentado pela CCV, o andamento das pesquisas e a sugestão de outros casos
para que a CNV avalie.
Da Agência Brasil
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