quarta-feira, 17 de julho de 2013

Protesto contra o Programa Mais Médicos fechou parte da Avenida Paulista


Médicos que participam de manifestação na região central da cidade fecharam a Avenida Paulista, no sentido Rua da Consolação. Eles protestam contra o Programa Mais Médicos, lançado na semana passada pelo governo federal.  

Antes de chegarem à Paulista, os médicos fecharam a Avenida Brigadeiro Luiz Antonio. Os manifestantes saíram do início da Rua da Consolação, onde fica a sede do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), entidade que convocou o ato.


Inicialmente, os organizadores da marcha pretendiam encerram o ato no Largo São Francisco. Mas, durante o trajeto, a maior parte dos manifestantes preferiu seguir em direção à Avenida Paulista. A direção do Cremesp queria evitar o bloqueio da Paulista porque muito hospitais ficam na região.

Entre as medidas do Programa Mais Médicos criticadas pelos manifestantes estão a criação do segundo ciclo do curso de medicina. Os alunos que entrarem no curso a partir de 2015 terão que atuar por dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS) para receber o diploma. Outra ação prevista no programa é a contratação de médicos estrangeiros para trabalhar na rede pública nas periferias das cidades e no interior do país.

O presidente do Cremesp, Renato Azevedo Júnior, criticou o programa e disse que o problema do SUS é a falta de investimentos. “A falta de médicos é uma consequência do descaso do governo federal. É preciso acabar com a corrupção na saúde”, disse, ao acrescentar  que os médicos não têm interesse na carreira pública devido à falta de condições de trabalho oferecida nos hospitais.

Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a criação do segundo ciclo do curso de medicina vai ajudar os médicos formados no Brasil a ter uma visão mais humanista e a não depender tanto de "máquinas e equipamentos" para atender os pacientes. Segundo ele, os médicos estrangeiros não vão tirar empregosdos brasileiros.

Trabalho no SUS vai formar médicos com visão humanista e sem depender de máquinas, diz Padilha
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse hoje (10) que a criação do segundo ciclo do curso de medicina vai ajudar os médicos formados no Brasil a ter uma visão mais humanista e a não depender tanto de "máquinas e equipamentos" para atender os pacientes. A medida integra o Programa Mais Médicos, lançado esta semana pelo governo federal, e prevê que os alunos que ingressarem nos cursos de medicina a partir de 2015 terão que atuar dois anos na atenção básica e nos serviços de urgência e emergência do Sistema Único de Saúde (SUS) para receber o diploma.

Os estudantes receberão remuneração do governo federal e terão autorização temporária para exercer a medicina, além de continuar vinculados às universidades.

"Hoje ele faz seus dois últimos anos em um hospital altamente especializado e a gente sabe que a maior parte dos problemas de saúde deve ser resolvida fora dos hospitais. Então queremos oferecer à população médicos mais bem formados, com uma visão mais humanista, que saibam examinar uma pessoa e não fiquem dependente só de máquinas e equipamentos", disse, ao participar nesta quarta-feira, do Bom Dia, Ministro, programa produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República em parceria com a EBC Serviços.

Ele lembrou que outros países adotaram modelos semelhantes que resultaram em melhoria na formação dos profissionais sem reduzir o interesse dos estudantes pela medicina, como é o caso da Inglaterra. O ministro destacou que no Brasil, atualmente, os estudantes são apresentados preocemente à especialização.

"O que acontece hoje é que, nos dois últimos anos de seu curso, o estudante já está sendo apresentado à especialidade, preocupado com a residência que vai fazer, antes de se tornar um médico integral, de ter uma visão geral, de ser um médico mais humano, que conheça o paciente como um todo e não só pedaços do paciente", disse.

Ainda durante o programa, Padilha reiterou que, nesse período de dois anos, os alunos não serão deslocados para regiões distantes do local onde estudam, mas atuarão em unidades da rede pública ligadas às instituições de ensino, na própria cidade ou em regiões metropolitanas dos municípios onde estão localizadas.

Ao ser perguntado sobre a possibilidade de a atuação obrigatória no SUS ser estendida a outras categorias da área de saúde, o ministro enfatizou que o programa do governo, enviado ao Congresso Nacional por meio de medida provisória, prevê a determinação apenas para os estudantes de medicina. Ele acrescentou que possíveis mudanças na grade curricular do curso de medicina a serem implementadas a partir de 2015 serão analisadas pelo Conselho Nacional de Educação até o fim do ano.

A proposta do governo foi alvo de críticas das principais entidades médicas do país.

Estrangeiros não vão tirar emprego de médicos brasileiros, diz ministro


A decisão do governo de autorizar a vinda de médicos estrangeiros sem a aprovação no Exame Nacional de Revalidação de Diplomas (Revalida), no âmbito do Programa Mais Médicos, é para evitar que esses profissionais disputem mercado com os médicos brasileiros, disse hoje (9) o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Segundo ele, no entanto, todos os profissionais serão avaliados e atestados por universidades públicas, que são as mesmas instituições com atribuição e competência, definidas pela Lei de Diretrizes e Bases, para conduzir o processo de revalidação de diplomas de medicina obtidos no exterior.

"Caso as universidades façam a validação do diploma nesse programa, esses profissionais vão poder trabalhar onde quiserem e disputar mercado com os médicos brasileiros. O Ministério da Saúde e o da Educação não querem tirar emprego dos médicos brasileiros. Queremos trazer médicos de fora do país apenas se as vagas não forem preenchidas e com autorização exclusiva para atuar na periferia das grandes cidades e em municípios do interior", disse Padilha.

"Mas a mesma universidade pública que tem competência para revalidar o diploma, vai avaliar esses profissionais, só não vai fazer o rito de validação do diploma", acrescentou o ministro.

A contratação de médicos formados em outros países sem a obrigatoriedade da aprovação do Revalida tem sido criticada por entidades de classe. Na avaliação dos profissionais, trata-se de uma medida irresponsável e expõe a parcela mais carente e vulnerável da população aos riscos decorrentes do atendimento de profissionais mal formados e desqualificados.

Agência Brasil

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