Médicos que
participam de manifestação na região central da cidade fecharam a Avenida
Paulista, no sentido Rua da Consolação. Eles protestam contra o Programa Mais
Médicos, lançado na semana passada pelo governo federal.
Antes de
chegarem à Paulista, os médicos fecharam a Avenida Brigadeiro Luiz Antonio. Os
manifestantes saíram do início da Rua da Consolação, onde fica a sede do
Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), entidade que
convocou o ato.
Inicialmente,
os organizadores da marcha pretendiam encerram o ato no Largo São Francisco.
Mas, durante o trajeto, a maior parte dos manifestantes preferiu seguir em
direção à Avenida Paulista. A direção do Cremesp queria evitar o bloqueio da
Paulista porque muito hospitais ficam na região.
Entre as
medidas do Programa Mais Médicos criticadas pelos manifestantes estão a criação
do segundo ciclo do curso de medicina. Os alunos que entrarem no curso a partir
de 2015 terão que atuar por dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS) para
receber o diploma. Outra ação prevista no programa é a contratação de médicos
estrangeiros para trabalhar na rede pública nas periferias das cidades e no
interior do país.
O presidente
do Cremesp, Renato Azevedo Júnior, criticou o programa e disse que o problema
do SUS é a falta de investimentos. “A falta de médicos é uma consequência do
descaso do governo federal. É preciso acabar com a corrupção na saúde”, disse,
ao acrescentar que os médicos não têm interesse na carreira pública
devido à falta de condições de trabalho oferecida nos hospitais.
Para o
ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a criação do segundo ciclo do curso de
medicina vai ajudar os médicos formados no Brasil a ter uma visão
mais humanista e a não depender tanto de "máquinas e equipamentos"
para atender os pacientes. Segundo ele, os médicos estrangeiros não vão
tirar empregosdos brasileiros.
Trabalho no SUS vai formar
médicos com visão humanista e sem depender de máquinas, diz Padilha
O ministro da Saúde,
Alexandre Padilha, disse hoje (10) que a criação do segundo ciclo do curso de
medicina vai ajudar os médicos formados no Brasil a ter uma visão mais
humanista e a não depender tanto de "máquinas e equipamentos" para
atender os pacientes. A medida integra o Programa Mais Médicos, lançado
esta semana pelo governo federal, e prevê que os alunos que ingressarem nos
cursos de medicina a partir de 2015 terão que atuar dois anos na atenção básica
e nos serviços de urgência e emergência do Sistema Único de Saúde (SUS) para
receber o diploma.
Os estudantes
receberão remuneração do governo federal e terão autorização temporária para
exercer a medicina, além de continuar vinculados às universidades.
"Hoje ele
faz seus dois últimos anos em um hospital altamente especializado e a gente
sabe que a maior parte dos problemas de saúde deve ser resolvida fora dos
hospitais. Então queremos oferecer à população médicos mais bem formados, com
uma visão mais humanista, que saibam examinar uma pessoa e não fiquem
dependente só de máquinas e equipamentos", disse, ao participar nesta
quarta-feira, do Bom Dia, Ministro, programa produzido pela Secretaria de
Comunicação Social da Presidência da República em parceria com a EBC
Serviços.
Ele lembrou
que outros países adotaram modelos semelhantes que resultaram em melhoria na
formação dos profissionais sem reduzir o interesse dos estudantes pela
medicina, como é o caso da Inglaterra. O ministro destacou que no Brasil,
atualmente, os estudantes são apresentados preocemente à especialização.
"O que
acontece hoje é que, nos dois últimos anos de seu curso, o estudante já está
sendo apresentado à especialidade, preocupado com a residência que vai fazer,
antes de se tornar um médico integral, de ter uma visão geral, de ser um médico
mais humano, que conheça o paciente como um todo e não só pedaços do
paciente", disse.
Ainda durante
o programa, Padilha reiterou que, nesse período de dois anos, os alunos não
serão deslocados para regiões distantes do local onde estudam, mas atuarão em
unidades da rede pública ligadas às instituições de ensino, na própria cidade
ou em regiões metropolitanas dos municípios onde estão localizadas.
Ao ser
perguntado sobre a possibilidade de a atuação obrigatória no SUS ser estendida
a outras categorias da área de saúde, o ministro enfatizou que o programa do
governo, enviado ao Congresso Nacional por meio de medida provisória, prevê a
determinação apenas para os estudantes de medicina. Ele acrescentou que
possíveis mudanças na grade curricular do curso de medicina a serem
implementadas a partir de 2015 serão analisadas pelo Conselho Nacional de
Educação até o fim do ano.
A proposta do
governo foi alvo de críticas das principais entidades médicas do
país.
Estrangeiros
não vão tirar emprego de médicos brasileiros, diz ministro
A decisão do
governo de autorizar a vinda de médicos estrangeiros sem a aprovação no Exame
Nacional de Revalidação de Diplomas (Revalida), no âmbito do Programa Mais
Médicos, é para evitar que esses profissionais disputem mercado com os médicos
brasileiros, disse hoje (9) o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Segundo ele,
no entanto, todos os profissionais serão avaliados e atestados por
universidades públicas, que são as mesmas instituições com atribuição e
competência, definidas pela Lei de Diretrizes e Bases, para conduzir o processo
de revalidação de diplomas de medicina obtidos no exterior.
"Caso as
universidades façam a validação do diploma nesse programa, esses profissionais
vão poder trabalhar onde quiserem e disputar mercado com os médicos
brasileiros. O Ministério da Saúde e o da Educação não querem tirar emprego dos
médicos brasileiros. Queremos trazer médicos de fora do país apenas se as vagas
não forem preenchidas e com autorização exclusiva para atuar na periferia das
grandes cidades e em municípios do interior", disse Padilha.
"Mas a
mesma universidade pública que tem competência para revalidar o diploma, vai
avaliar esses profissionais, só não vai fazer o rito de validação do
diploma", acrescentou o ministro.
A contratação
de médicos formados em outros países sem a obrigatoriedade da aprovação do
Revalida tem sido criticada por entidades de classe. Na avaliação dos
profissionais, trata-se de uma medida irresponsável e expõe a parcela mais
carente e vulnerável da população aos riscos decorrentes do atendimento de
profissionais mal formados e desqualificados.
Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi