A Procuradoria
da República no Distrito Federal (PR-DF) confirmou ontem (16) que abriu
apuração criminal preliminar para investigar suspeitas de sonegação envolvendo
a Rede Globo. O procedimento foi iniciado na segunda-feira (15), com a
distribuição do caso para um procurador responsável.
A apuração foi
solicitada na última sexta-feira (12) por 17 entidades da sociedade organizada,
entre elas, o Centro de Estudo das Mídias Alternativas Barão de Itararé, o
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e o Fórum Nacional pela
Democratização da Comunicação. Eles alegam que o Ministério Público deve agir
porque há indícios de lesão a bens federais.
De acordo com
o grupo, as apurações tornaram-se necessárias devido a divulgação recente de
documentos, até então sigilosos, sobre multa de mais de R$ 600 milhões à Rede
Globo pela tentativa de sonegar impostos relativos à exibição da Copa do Mundo
de 2002. Ainda segundo o grupo, também há suspeita de lavagem de dinheiro, de
crimes contra órgãos da administração direta e indireta da União e de
estelionato.
Com a abertura
de procedimento preliminar, o Ministério Público tem prazo de 90 dias,
prorrogáveis pelo mesmo tempo, para apurar as informações. Se houver indícios
suficientes de crime, é aberto inquérito. Caso negativo, o procedimento é
arquivado. A Procuradoria do DF ainda poderá encaminhar os documentos para o
Rio de Janeiro, onde fica a sede da empresa.
Na semana
passada, o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro divulgou nota
informando que acompanhava o caso desde 2005 e que não pediu abertura de
inquérito policial por impeditivos legais relativos à restituição de valores
fiscais. "Quanto aos demais tipos criminais aventados na mídia, o MPF
entende que o enquadramento não seria aplicável por ausência de indícios".
O órgão também confirmou que documentos do caso foram extraviados por uma
servidora da Receita Federal, que já foi processada e condenada pela Justiça.
Em nota, a
Rede Globo disse que já não tem qualquer dívida em aberto com a Receita e que
apenas optou, na época, por "uma forma menos onerosa e mais adequada no
momento para realizar o negócio, como é facultado pela legislação brasileira a
qualquer contribuinte". A empresa informou que, após ser derrotada nos
recursos apresentados à Receita, decidiu aderir ao Programa de Recuperação Fiscal
da Receita Federal e fazer os pagamentos.
A empresa
ainda destacou que desconhecia os fatos relativos a desvios de documentos no
processso fiscal, pois não figurava como parte no processo. Segundo a Globo, os
documentos perdidos foram restituídos com a colaboração da própria empresa, que
desconhece os motivos que levaram a servidora a agir dessa forma.
Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi