O
governador de Pernambuco e potencial candidato à Presidência da República,
Eduardo Campos (PSB), elogiou a postura de Dilma Rousseff em seu pronunciamento
sobre os protestos e atos de violência registrados nas maiores cidades
brasileiras nos últimos dias.
"Foi
importante ela ter falado. A população estava esperando a palavra
dela", declarou.
Campos afirmou
que telefonou imediatamente para a presidente para cumprimentá-la pela
iniciativa.
“A disposição
para o diálogo com os poderes, governos locais e população foi importante”,
comentou o governador, acrescentando que foi convidado para uma reunião em
Brasília, na próxima segunda-feira (24/06), para discutir o assunto.
“Vou à reunião
e espero contribuir com o debate necessário para que o País possa dar respostas
às demandas que são reais e estão sendo colocadas de forma muito incisiva pela
população”, finalizou o político.
Protestos
contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.
A mobilização
começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes
agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do
preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o
aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se
gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às
ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato
público acabou em violentos confrontos com a polícia.
O grandeza do
protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi
assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das
maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do
preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras,
tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de
mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto
Alegre e Brasília.
A onda de
protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos
sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular
na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A
revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São
Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas
vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e
seu governo alvos de críticas.
Terra
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