A compensação
do dinheiro que deixa de entrar nos caixas da Previdência Social, desde que a
medida de desoneração de folha de pagamento passou a valer para empresas de
diversos setores da economia, em maio do ano passado, será feita mensalmente
pela União a partir de agora.
Com isso, o
governo alivia o caixa da Previdência, que antes era obrigada a conviver com
prazos superiores a seis meses para cobrir os recursos que deixam de entrar em
decorrência da desoneração.
Pelo novo
sistema, a Previdência passará a receber a compensação todos os meses. Em maio,
por exemplo, a Previdência já recebeu R$ 634,6 milhões, dentro da nova
sistemática, para compensar o valor do desconto dado em janeiro sobre as
contribuições patronais.
“A compensação
passou a ser feita de uma forma que não afeta o Regime Geral da Previdência
Social (RGPD), porque passa a entrar como receita e não para cobrir uma
necessidade de financiamento”, explicou o diretor do Departamento do Regime
Geral da Previdência Social, Rogério Nagamine.
Ainda que o
pagamento seja referente à desoneração da folha de quatro meses anteriores,
prazo definido pelo governo como ideal para que as empresas entreguem todas as
declarações de gastos, o sistema de pagamento de benefícios trabalhistas e
aposentadorias reduz um déficit que seria compensado obrigatoriamente no
futuro. A União é obrigada a compensar esses descontos criados para que setores
da indústria, de serviços e da construção civil diminuam o custo da produção e
mantenham empregos.
No primeiro
ano da medida, o impacto para os cofres públicos foi de R$ 3,7 bilhões e o
pagamento para o RGPS foi feito em duas parcelas. A primeira compensação, no
valor de R$ 1,8 bilhão, foi paga em dezembro de 2012 e, a segunda parcela, no
valor de R$ 1,9 bilhão, foi paga em abril deste ano.
A desoneração
da folha de pagamentos já beneficia mais de 40 setores da economia. A
expectativa do governo é que esse estímulo gere uma redução de gastos com a
folha de salário de empregados de R$ 16 bilhões, até o final de 2013, e supere
os R$ 24 bilhões em 2014, principalmente pela expectativa de inclusão de novos
setores beneficiados.
Nagamine disse
que ainda não existem estimativas de quanto será compensado em junho, sobre as
contribuições de fevereiro. Segundo ele, os repasses mensais vão “evitar uma
flutuação muito grande nas estatísticas e algumas distorções sobre os
pagamentos da Previdência Social”.
A medida
começou a valer em abril do ano passado, para estimular alguns setores a
melhorar a produção, aumentar emprego e reduzir custos de produção. O incentivo
eliminou a contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento de
funcionários – que era equivalente a 20% - substituindo por uma nova
contribuição previdenciária calculada sobre a receita bruta das empresas e
reduzindo a carga tributária dos setores beneficiados, com uma alíquota menor
sobre a receita bruta.
As alíquotas
sobre contribuições patronais passaram a ser de 1% e 2%, de acordo com cada
setor. O novo cálculo só recai sobre a parcela patronal dos benefícios. As
empresas continuam recolhendo a contribuição dos seus empregados e as outras
contribuições sociais incidentes sobre a folha de pagamento, como seguro de
acidente de trabalho, salário-educação e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
(FGTS).
Procurada
pela Agência Brasil, a assessoria de imprensa da Confederação Nacional da
Indústria (CNI) informou que o Departamento de Política Econômica do órgão
ainda não tem um levantamento sobre os impactos da desoneração na situação de
emprego das empresas. A expectativa é que essa análise comece a ser definida
nas próximas semanas.
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