Jornalista
publicou matéria com depoimentos de tortura cometida pelo ex-policial militar e
agora pastor, Átila Brandão, na ditadura militar
A juíza
Marielza Brandão, da 29ª Vara dos Feitos Cíveis, Comerciais e Relação de
Consumo da Comarca de Salvador, determinou por meio de liminar que o
jornalista, escritor e deputado federal, Emiliano José (PT), retire do seu site o texto “A
premonição de Yaiá”. O artigo é fruto de uma entrevista que o jornalista fez
com Marina Helena Carvalho, conhecida como Dona Yaiá, onde ela denunciou o
ex-policial militar e agora pastor Átila Brandão como sendo o autor de torturas
contra seu filho, Renato Afonso Carvalho, em 1971, no Quartel dos Dendezeiros.
Além de
determinar a retirada do artigo do site pessoal de Emiliano, a juíza assegurou
que o pastor da Igreja Batista Caminho das Árvores tenha assegurado o direito
de resposta no jornal A Tarde, onde o texto também foi publicado. Porém, a
juíza não atendeu a solicitação de direito de resposta na revista Carta
Capital, que publicou a matéria “Corpo amputado querendo se recompor”, onde
Renato Afonso Carvalho reafirma as denúncias contra Átila Brandão.
O advogado do
jornalista, Jerônimo Mesquita, afirmou que a ação contra o seu cliente
desrespeita a Constituição Federal. Segundo Mesquita, Emiliano não pode ser
condenado por exercer a sua profissão, o jornalismo, uma vez que publicou
testemunhos de duas pessoas que relataram terem sofrido atos de violência por
parte de Átila Brandão. Para o advogado, a ação é uma tentativa de cercear a
liberdade de imprensa e expressão, além de “asfixiar” financeiramente o
jornalista, já que pede indenização “não inferior a dois milhões de reais”.
Emiliano José
afirmou que irá cumprir a determinação de retirar o artigo do seu site, mas
garante que vai ao Tribunal de Justiça para garantir o seu direito de exercer o
jornalismo. Para ele, “tal decisão acende um sinal amarelo, já que se ignora a
Constituição, viola o exercício da profissão e da liberdade de imprensa”.
Emiliano considera que Átila Brandão “é que deve explicações à Comissão
Nacional da Verdade, à Comissão Estadual da Verdade, criada pelo governador Jaques
Wagner, e aos setores da sociedade que se dedicam a revelar a memória da
ditadura militar, em busca de justiça e da verdade”
Com
informações do Política
Livre.
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