sexta-feira, 1 de março de 2013

Economista atribui baixo crescimento do PIB à queda no investimento

A queda de 4% na taxa de investimento contribuiu para o baixo resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado. De acordo com dados divulgados hoje (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia brasileira cresceu 0,9% em 2012, abaixo da estimativa de 1,5%. A avaliação é do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
De acordo com a pesquisadora da área de Economia Aplicada do Ibre Silvia Matos, países como Chile, Peru, Colômbia e México, que têm renda per capita próxima da brasileira, cresceram mais e ficaram com a inflação mais baixa, por causa do investimento mais alto. Sílvia destacou que esses países estão crescendo 4%, 5%, 6%. "No Brasil, há dois anos, a taxa de investimento era 19,5%, caiu para 19,3% e depois para 18,1%. Então, investimos só 18% do PIB, enquanto tais países investem 23%, 25% e 27%. Eles estão conseguindo crescer, mesmo com esse mundo não muito favorável porque tem tido muito investimento e muitas reformas estruturais estão sendo implementadas”, disse a economista.
Segundo Sílvia, o México fechou o ano passado com crescimento de 3,9%, inflação de 3,2% e taxa de investimento de 22% do PIB. O Peru cresceu 6,5% e investiu 29% do PIB, com inflação de 2,7%. O Chile teve 5,6% de crescimento, inflação de 1,8% e investimento de 27%. E a Colômbia cresceu 3,4%, com inflação de 2% e investimento de 27%. No Brasil, a inflação está na faixa de 5,8%.
Para a economista, apesar da recuperação da economia ao longo do ano, o crescimento ainda é moderado e não deve ser forte em 2013. Para este ano, espera-se resultado "um pouquinho melhor", mas ainda existe preocupação, disse Sílvia. "É necessária uma recuperação muito forte para que a economia cresça um pouco mais. Crescer mais do que no ano passado está fácil, porque o país vem melhorando trimestre a trimestre, mas ainda é um PIB moderado." Sílvia acredita que é um crescimento de 2,5% é possível, mas ressalta que, para ficar acima de 3%, seria preciso algo muito especial, e não se espera nada disso.
De acordo com a economista, o governo tem se esforçado para levantar o PIB, mas o resultado final tem ficado abaixo do esperado. “O governo fez um monte de estímulos, caiu a taxa de juros, um monte de desonerações, e o resultado foi aquém do que poderia ter sido com tudo isso. A indústria, que foi o setor que mais recebeu incentivos ao longo do ano passado, contraiu. Claro que poderia ser muito pior se o governo não tivesse feito tudo isso, mas não está sendo o suficiente.”


Infraestrutura e investimento privado baixo e fator externo seguraram PIB, avaliam economistas

O Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, cresceu 0,9% em 2012 em relação ao ano anterior, totalizando R$ 4,4 trilhões. O dado foi divulgado hoje (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o pior desempenho da economia desde 2009, quando havia sido registrada uma queda de 0,3%.
Dois economistas ouvidos pela Agência Brasil apontaram as dificuldades do governo em melhorar a infraestrutura do país, o baixo nível de investimentos privados e más condições externas como os principais fatores que levaram o PIB a crescer 0,9%..
“É difícil dizer é o que deu errado. Eu diria que talvez o principal fator é o que não foi feito. O governo tem muita dificuldade para colocar em prática as obras de infraestrutura. Provavelmente, uma das principais razões para o crescimento tão baixo do PIB esteja no próprio governo, na dificuldade, na ineficiência da gestão da coisa pública”, disse o presidente da Ordem dos Economistas do Brasil, e professor de economia da Universidade de São Paulo (USP), Manuel Enriquez Garcia.
Apesar do resultado abaixo do esperado em 2012, o economista aposta em um crescimento mais forte em 2013, em decorrência de um maior empenho do governo em fazer concessões de portos e aeroportos, por exemplo.
“Estou mais otimista para 2013 porque nos últimos meses temos visto que o governo parece empenhado em fazer as concessões de portos, aeroportos; infraestrutura. Parece que está havendo uma mudança de postura no sentido de aceitar que o mercado, empresas particulares, privadas, possam fazer, junto com governo, uma série de obras de infraestrutura”, destacou.
O crescimento do PIB de 0,9% em 2012 foi sustentado em parte pelo setor de serviços, que registrou expansão de 1,7% no ano. A agropecuária teve queda de 2,3% e a indústria, de 0,8%. Houve crescimento também no consumo das famílias (3,1%) e no do governo (3,2%). No entanto, a formação bruta de capital fixo, que representa os investimentos, caiu 4%.
“Encontramos também uma redução do investimento privado ao longo de 2012, comparativamente ao ano anterior, porque os empresários estão com horizontes, expectativas, relativamente pessimistas quanto ao que vai acontecer”, disse Garcia.
O crescimento econômico de 0,9% registrado pelo Brasil em 2012 foi o menor entre os países do Brics. A China teve o maior crescimento (7,8%), seguida pela Índia (5%), Rússia (3,4%) e África do Sul (2,5%). O crescimento da economia brasileira também ficou abaixo da média mundial, que foi 3,2% no período.
“O que aconteceu foi uma forte desaceleração do investimento privado no Brasil. Tem também um componente importado, já que as exportações brasileiras não estão dando mais o dinamismo que davam no passado, o que foi um corte importante, isso está atrapalhando. Além do investimento privado, que está patinando”, destacou o coordenador do Centro de Macroeconomia Aplicada da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV), Emerson Marçal.
O economista prevê, no entanto, que no decorrer de 2013 a dinâmica da economia brasileira irá mudar, com maior formação de capital fixo e consumo alto. “Este ano deve haver uma trajetória de recuperação do investimento. Não será nada exuberante, mas tem uma trajetória de recuperação do investimento. O consumo das famílias vai continuar indo bem. O consumo estava bem, está bem e provavelmente continuará crescendo em bom ritmo. Com essa recuperação acho que dá para termos PIB um pouco melhor”, disse.

Economia brasileira cresce 0,9% em 2012

O Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, cresceu 0,9% em 2012 em relação ao ano anterior, totalizando R$ 4,4 trilhões. O dado foi divulgado hoje (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Sob a ótica da produção, o crescimento do PIB foi sustentado pelo setor de serviços, que registrou expansão de 1,7% no ano. A agropecuária teve queda de 2,3% e a indústria, de 0,8%. Sob a ótica da demanda, houve crescimento no consumo das famílias (3,1%) e no do governo (3,2%), enquanto a formação bruta de capital fixo, que representa os investimentos, caiu 4%.
Esse é o pior desempenho da economia desde 2009, quando havia sido registrada uma queda de 0,3%. Em 2011, houve crescimento de 2,7% e, em 2010, de 7,5%. Avaliando apenas o quarto trimestre de 2012, houve expansão de 0,6% em relação ao trimestre anterior e de 1,4% ante o último trimestre de 2011.

Agência Brasil

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