A limitação dos reajustes a
servidores e o endurecimento com grevistas teve reflexo nas contas públicas. Em
2012, o crescimento dos gastos com o funcionalismo público federal diminuiu
pelo terceiro ano seguido. No entanto, a desaceleração no ano passado foi mais
forte do que em outros anos. Em 2012, as despesas com pessoal cresceram entre
3,5% e 4%, contra expansão de 7,7% observada no ano anterior. Em valores, o
desembolso passou de R$ 179,2 bilhões em 2011 para cerca de R$ 185 bilhões no
ano passado.
Os números finais só serão
divulgados pelo Tesouro Nacional no fim do mês. No entanto, a Agência
Brasil obteve uma estimativa com base no cruzamento de dados do próprio
Tesouro entre janeiro e novembro e do Sistema Integrado de Administração
Financeira do Governo Federal (Siafi) em dezembro. O Siafi registra, em tempo
real, a execução orçamentária do governo federal. O ano passado foi marcado por
greves e operações padrão no funcionalismo público, que foram tratados com
firmeza pelo governo. Sem terem as reivindicações acatadas pelo governo,
algumas categorias chegaram a ficar quatro meses paradas.
No fim, o governo concordou em
conceder um reajuste de 15,8% parcelado em três anos. As categorias que não
aceitaram ficaram sem qualquer aumento salarial. Em dezembro, diversas
categorias que não tinham acatado a proposta voltaram atrás e assinaram acordo
com o Ministério do Planejamento. O governo precisou incluir, no Projeto de Lei
do Orçamento, reajustes para profissionais que aderiram à negociação, como
auditores fiscais e analistas da Receita Federal, auditores do Trabalho,
analistas e técnicos do Banco Central e analistas de infraestrutura.
Os gastos com o funcionalismo
desaceleram depois de subirem em 2008 e 2009 por causa de uma série de
reajustes e recomposições salariais concedida pelo governo. Nesses anos, as
despesas com pessoal e encargos sociais subiram 12,4% e 15,9%, respectivamente,
em relação ao ano anterior. A participação desse tipo de gasto no Produto
Interno Bruto (PIB), soma de tudo o que o país produz, atingiu 4,76% em 2009, o
maior nível desde 2005. Nos anos seguintes, no entanto, a tendência se
inverteu. Esse mesmo gasto com relação ao PIB caiu para 4,42% em 2010 e 4,34%
em 2011, mesmo com a elevação no valor nominal das despesas. Isso ocorreu
porque, além da desaceleração observada nos últimos anos, a economia se
expandiu em ritmo maior que a folha de pagamento.
A proporção dos gastos com pessoal
no PIB em 2012 só será conhecida no fim do mês e revisada quando o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar, em março, o crescimento
do PIB no ano passado. A proporção, no entanto, deverá ficar próxima de 4,2%.
Isso porque, até novembro do ano passado, a relação entre os gastos de pessoal
e o PIB tinha caído 0,1 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2011,
mesmo com o baixo crescimento da economia.
(Terra)
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