Os ministros,
José Eduardo Cardozo – da Justiça – e Luís Inácio Adams – da Advocacia-Geral da
União (AGU) – vão ao Senado nesta quarta-feira, 5, para falar sobre as
investigações da Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, que revelou um
esquema de venda de pareceres técnicos em órgãos federais.
Segundo a PF, os
integrantes da quadrilha estavam infiltrados em órgãos federais e negociavam a
venda de pareceres técnicos para beneficiar empresas particulares. O diretor
afastado da Agência Nacional de Águas (ANA) Paulo Vieira é apontado como o
chefe da quadrilha. O grupo ainda era composto por seu irmão, diretor de
Infraestrutura da Agência Nacional de Aviação (Anac), Rubens Vieira, também
afastado; pela ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo
Rosemary Noronha; e o número 2 da Advocacia Geral da União (AGU), José Weber de
Holanda, demitido do cargo.
A expectativa é
de que Adams é fale do ex-advogado-geral, adjunto José Weber Holanda, seu
auxiliar direto que foi exonerado devido a suspeitas de envolvimento com o
esquema.
De acordo com as
mensagens interceptadas durante as investigações, Rosemary usava o cargo para
facilitar o trânsito dos irmãos Vieira no governo federal. Em troca, teria
recebido um carro, viagens e empregos para familiares. Nessa terça, O Estado
mostrou que Paulo Vieira teria atuado para beneficiar mais três empresas.
A operação
começou a partir das denúncias do ex-auditor do Tribunal de Contas da União
Cyonil da Cunha Borges de Faria Junior. À PF, o auditor afirmou que recebia
ofertas de dinheiro para participar do esquema. Nessa segunda, 3, a Comissão de
Ética Pública pediu explicações sobre as denúncias aos quatro envolvidos:
Rosemary Noronha, os irmãos Paulo e Rubens Vieira, e José Weber Holanda.
Na última terça,
Cardozo foi à Câmara para dar seus esclarecimentos sobre a operação. No
depoimento, ele afirmou que não havia motivos para a quebra de sigilo
telefônico de Rosemary, sob argumento de que ela não deveria ter seu telefone
grampeado porque não estaria cometendo ato ilícito, comprovado somente pelas escutas.
“Não houve a
quebra (do sigilo telefônico) de todos os investigados, houve quebra daqueles
que as atividades estavam em curso”, disse o ministro na Comissão de Segurança
Pública da Câmara.
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