As desigualdades
regionais brasileiras ainda se refletem no acesso à escola. Enquanto a média
nacional de crianças e adolescentes de 6 a 14 anos de idade fora da escola era
3,3% em 2010, na Região Norte o índice era 6,1%. Na faixa etária de 15 a 17
anos de idade, as regiões Norte e Sul tinham 18,7% de evasão escolar, acima da
média nacional de 16,7%.
Os dados foram divulgados hoje (19)
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na pesquisa Censo
Demográfico 2010: Resultado da Amostra – Educação e Deslocamento. A
pesquisadora do IBGE Vandeli dos Santos Guerra aponta que a diferença também é
grande de acordo com a situação de domicílio. “Na Região Norte você tem a
dificuldade das distâncias, principalmente em área rural.”
Na faixa de 6 a 14 anos de idade,
2,9% das pessoas das cidades não frequentavam escola. O índice sobe para 5% na
área rural. A diferença é acentuada na faixa de 15 a 17 anos, na qual estão
fora da escola 15,6% dos jovens das áreas urbanas e 21,7% nas áreas rurais.
Outro dado aponta que o nível de
rendimento da família também tem influência na frequência escolar. Enquanto
5,2% das crianças e adolescentes de 6 a 14 anos com rendimento familiar per
capita de até um quarto de salário mínimo não frequentavam escola em 2010,
a proporção cai para 1,6% nas famílias com rendimento acima de 3 salários
mínimos. Na faixa de 15 a 17 anos a taxa é 21,1% no nível de rendimento mais
baixo e cai para 6,4% no nível mais alto.
Quanto à rede de ensino, as escolas
públicas atendem à maioria da população até o ensino médio e na pós-graduação,
enquanto o ensino superior e cursos de especialização são feitos, em sua
maioria, em instituições privadas. A rede pública de ensino atendia, em 2010, a
75,8% das matrículas em creches, 71,1% da pré-escola, 82,3% na alfabetização,
86,8% no ensino fundamental, 85,8% do ensino médio, 28,9% da graduação, 22,4%
da especialização de nível superior, 52,7% do mestrado, 69,8% dos cursos de
doutorado e 95,7% da alfabetização de jovens e adultos.
Analisando o rendimento, os dados
apontam que a frequência em cursos superiores e de pós-graduação está
concentrada nas faixas mais altas de ganhos mensais. Nas classes de
alfabetização, 27,9% das crianças vinham de famílias que ganhavam até um quarto
de salário mínimo per capita, enquanto 47,1% dos estudantes de doutorado
tinham renda domiciliar per capita acima de cinco salários mínimos. Agência
Brasil
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