O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), vai assinar o pedido por considerar que é “dever” da sigla pedir a investigação –uma vez que o publicitário Marcos Valério fez novas revelações
O PSDB recuou e vai apoiar o pedido de abertura de inquérito no Ministério Público Federal para apurar se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve participação no esquema do mensalão. PSDB e o DEM voltaram atrás na semana passada depois de terem decidido, junto com o PPS, apresentar o pedido. A representação vai ser entregue na PGR (Procuradoria Geral da União) esta tarde.
O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), vai assinar o pedido por considerar que é “dever” da sigla pedir a investigação –uma vez que o publicitário Marcos Valério fez novas revelações do esquema em depoimento sigiloso prestado à Procuradoria.
“Houve um compromisso público dos três partidos, em nota, de que pediríamos as investigações no final do julgamento do mensalão. Por isso, me sinto autorizado a assinar”, afirmou.
Apesar da decisão, Dias não consultou formalmente o partido para aderir à representação. A Folha apurou que, como o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, está em tratamento médico, Dias decidiu assinar a representação sem uma decisão formal da sigla.
Nos bastidores, integrantes do PSDB consideraram “um tiro no pé” a decisão de deixar o PPS isolado no pedido de investigações –por esse motivo, o líder decidiu apenas comunicar a bancada de senadores para assinar a representação.
Apesar da decisão do PSDB, o DEM mantém a postura de não assinar o pedido. O presidente da sigla, senador José Agripino Maia (DEM-RN), afirma que o partido acha mais “prudente” aguardar a manifestação do Ministério Público sobre o depoimento de Valério.
O recuo do DEM e PSDB ocorreu depois da informação de que Marcos Valério teria prestado depoimento ao Ministério Público em que cita Lula. Os três partidos haviam combinado protocolar a representação hoje, depois de nota pública divulgada em agosto com a decisão de questionar a procuradoria sobre a suposta participação de Lula.
O PPS argumenta que a “teoria do domínio do fato”, aplicada na condenação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, também poderia ser adotada no caso de Lula –considerado pela oposição como beneficiário do esquema do mensalão.
Na representação, o PPS e o PSDB vão citar reportagem da revista Veja sobre o depoimento de Valério à PGR, no qual teria declarado que foi chamado para conseguir dinheiro para solucionar um caso de chantagem contra Lula e o seu ex-chefe de gabinete Gilberto Carvalho. Os dois, segundo a reportagem, estariam sendo extorquidos por pessoas envolvidas no caso de corrupção e morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel.
(Do UOL)
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