Embora a lei exija que todas as
escolas brasileiras aceitem e incluam crianças e adolescentes com deficiência e
doenças crônicas, ainda existem instituições que se dizem inaptas para isso. Em
muitos casos, por falta de estrutura e de informação da escola, quando o aluno
é aceito acaba não tendo a atenção devida e o responsável pelo estudante
precisa freqüentar a escola para cuidar dele.
É o caso da menina Giovana de
Oliveira Corrêa, 6 anos, que tem síndrome de Kabuki, uma desordem congênita
rara, que causa déficit intelectual e problemas físicos. A mãe da menina,
Evanilda Aprígio de Oliveira, ficava com ela na escola, mas conseguiu um
emprego e agora paga a uma sobrinha para cuidar de Giovana.
“Por ela ser cadeirante, não
consegui [vaga] na escola particular. Consegui na pública com facilidade, mas a
dificuldade existe dentro da escola, pois eles não têm preparação, professora
de apoio, espaço para cadeirante passar, rampa. Há boa vontade, mas falta
estrutura”.
A pedagoga Magdalena Oliveira, do
Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes
Figueira (IFF/Fiocruz) diz que o caso de Giovana não é exceção. Ela coordena
vários projetos de educação para crianças e adolescentes com doenças crônicas e
deficiência e argumenta que a educação inclusiva está longe de ser alcançada no
Brasil.
“Se você entrevistar as mães que
trazem seus filhos aqui, ouvirá da maioria que eles não são aceitos nas
escolas. Quando são, elas têm que ficar junto com a criança ou o adolescente e
o tempo [de aula] é limitado, não é o tempo regular da escola”.
Magdalena citou o caso de um rapaz
de 21 anos, com encefalopatia não progressiva (com déficit cognitivo sério) que
nunca foi aceito na escola, apesar das numerosas tentativas da mãe. “Ela ainda
tem esperança de ver o filho na escola. A deficiência não o impede de ter um
convívio com outras [pessoas], de aprender algumas coisas, dentro das
limitações dele”.
A pedagoga também contou sobre um
menino de 8 anos que nasceu sem a parte inferior dos braços que não foi aceito
na escola perto de casa. “Ele não tem nenhum tipo de déficit cognitivo, mas
disseram para a mãe que ele deveria ir para uma escola especial”.
Flávia Villela – (Agência Brasil) - Edição:
Tereza Barbosa
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi