Ivan
Richard e Iolando Lourenço | Repórteres da Agência Brasil
Brasília
– Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva, lavagem
de dinheiro e formação de quadrilha durante o julgamento da Ação Penal 470, o
deputado Valdemar da Costa Neto (PR-SP) anunciou hoje (2) que pretende recorrer
à Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados
Americanos (OEA) contra a decisão da mais alta Corte brasileira.
Apesar
de confessar a prática de crime eleitoral, Costa Neto alegou que foi condenado
injustamente porque não cometeu corrupção, lavagem de dinheiro e formação de
quadrilha. O deputado disse que não vai renunciar ao seu mandato e alegou que
está tendo seu direito de defesa cerceado.
“Não
sou inocente. Mas também nunca vivi de lavagem de dinheiro, corrupção ou
formação de quadrilha. Apenas fui condenado pelo crime errado, como,
certamente, ficará provado com a garantia do direito ao duplo grau de
jurisdição”, disse Costa Neto.
“Apelarei
até as últimas instâncias do planeta para garantir o inviolável direto a uma
defesa que seja examinada em duas oportunidades distintas de julgamento”,
acrescentou o parlamentar.
Segundo
o deputado, o julgamento a Ação Penal 470, conhecida como mensalão, está
ocorrendo de forma “açodada”, sem que os acusados exerçam o direto à ampla
defesa. “Na sucessão de atropelos e contendas que marcaram o julgamento na mais
Alta Corte brasileira, não surpreenderia a ninguém a revelação de faltas graves
provocadas pela ocorrência inocente do esquecimento pessoal ou de supostas
falhas de assessoria”, frisou Costa Neto.
Por
isso, acrescentou o parlamentar, sua defesa apresentará petição na corte
internacional. “O reexame de uma condenação penal é uma garantia que, além de
resguardar o direito à ampla defesa, tem o papel de permitir a qualquer réu
contrapor, dentro de um ambiente democrático, aos argumentos, utilizados para
condenação. É um direito que também me pertence”, argumentou.
Para
permanecer no cargo de deputado apesar da condenação, Costa Neto pretende
ingressar com dispositivos jurídicos contestando pontos da decisão do STF.
“Continuo deputado. Vou manter o meu mandato e temos embargos para entrar no
STF. Nesse período, vamos entrar com a ação também na Corte Interamericana de
Direitos Humanos.”
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