Um
empresário de Birigui, no interior de São Paulo, investigou por
conta própria e conseguiu fazer com que a Interpol prendesse, em
Lisboa, Portugal, o homem que teria estuprado sua filha de 17 anos. O
crime ocorreu em julho de 2005, na cidade paulista. A moça foi
rendida por dois criminosos quando namorava dentro do carro, na
avenida 9 de julho, uma das principais da cidade. Além de assaltar,
os bandidos levaram o casal para uma rua distante e um deles estuprou
a jovem na frente do namorado.
Sem
qualquer condenação, o caso tinha sido arquivado em 2007 pela
polícia brasileira, mas a insistência do pai da moça levou a
Polícia Civil a reabrir o caso, em 2009. O empresário descobriu que
o acusado, Alexandre de Oliveira, 34 anos, preso pela Interpol, tinha
deixado um filho no Brasil antes de fugir para Portugal.
"Pedimos
a reabertura do caso porque poderíamos checar, com um exame de DNA,
o material colhido da vítima após o crime (estupro) com o do filho
do acusado", relatou o advogado Sebastião Rodrigues dos Santos.
O exame foi feito e foi constatado que o material era mesmo do pai do
garoto, mas a comprovação só pode ser feita porque a mulher de
Alexandre, que estava sendo ameaçada por ele, autorizou a realização
do exame.
"Ele
ameaçava a mulher porque queria levar o filho para Portugal, onde já
tinha casado de novo e feito outro filho", contou Santos. No dia
18 de outubro, agentes da Interpol conseguiram prender Oliveira, que
trabalhava numa agência de publicidade de Lisboa. A prisão só foi
revelada agora pela família da vítima. "O pedido de prisão
preventiva, com validade até 2142, saiu ainda em julho de 2010, mas
a prisão só foi efetivada neste mês porque o acusado vivia mudando
de casa, pois sabia que era procurado pela polícia", disse
Santos.
"Foi
uma das principais dificuldades, porque ele trocou três vezes de
residência", afirmou o empresário. Oliveira chegou a ser
detido com outros dois suspeitos logo após o crime, mas a vítima
não o reconheceu, embora tenha identificado a voz - ele tinha
roubado um celular dela -, o que não foi suficiente para justificar
sua prisão. Além disso, a polícia não realizou nenhum teste para
checar o material recolhido na ocasião. Dias depois, os três foram
liberados e o processo foi praticamente arquivado.
"Este
crime ia cair no esquecimento, mas nós conseguimos continuar
investigando e enfrentando adversidades e sofrimento. Até que
identificamos um dos seus autores, justamente o que molestou minha
filha", disse o pai da vítima. "Fui buscar informações
em pontos de tráfico, conversei com criminosos e informantes e
batalhei muito na periferia da cidade. Só consegui porque os
personagens deste mundo não gostam de quem pratica esse tipo de
delito", salientou.
Trauma
e depressão
Segundo
o pai da menina, o maior sofrimento foi o trauma deixado na família.
"Minha filha entrou em depressão, largou os estudos, enfrentou
crises de pânico e chegou a dormir com uma faca sob o travesseiro
com medo de ser atacada de novo. Minha mulher também ficou doente.
Nossa família sofreu muito", desabafou.
A
tarefa agora é identificar o outro autor do crime e esperar a
extradição de Oliveira para o Brasil. "O apelido dele é
Estrangeiro e ele tem outros estupros nas costas. Esperamos que,
chegando ao Brasil, possam aparecer novas vítimas para condená-lo a
mais de 30 anos de prisão", disse o empresário. O pedido de
extradição já foi aprovado pela Justiça brasileira.
Via Portal Terra
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi