sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Haddad e Serra trocam ataques no 1º debate do segundo turno em SP


Saúde domina 1º debate do segundo turno em São Paulo




No primeiro debate do segundo turno da campanha eleitoral pela Prefeitura de São Paulo, na TV Bandeirantes, temas ligados à saúde ocuparam lugar central na polêmica entre os candidatos Fernando Haddad (PT) e José Serra (PSDB). O petista afirmou que o adversário apoia projeto de “privatização” de 25% dos leitos do SUS no Estado – o projeto do governo Geraldo Alckmin está barrado na Justiça. Já o tucano acusou o rival de ter a intenção de “eliminar” as organizações sociais (OS) que administram hospitais públicos e unidades de saúde da cidade.

Haddad negou ser contrário à gestão das OS. “Eu quero ampliar as parcerias com essas organizações”, afirmou. Ele disse ainda que apenas se referiu a uma determinação judicial que obriga essas entidades a fazer concursos públicos, “para evitar a contratação de amigos”.

Serra disse que o fim das OS está “implícito” no programa de governo do candidato petista. Afirmou ainda que o ex-deputado José Dirceu encabeçou uma representação no Supremo Tribunal Federal para acabar com as parcerias entre órgãos públicos de saúde e entidades privadas.

“Pelo amor de Deus, Serra, para de citar pessoas que não estão disputando a eleição, para com essa obsessão”, respondeu o petista, referindo-se à estratégia do adversário de relacioná-lo a Dirceu, condenado pelo Supremo por seu envolvimento no mensalão.
O candidato do PT, em diversos momentos, trouxe a administração do prefeito Gilberto Kassab (PSD) para a discussão. Acusou o prefeito de não ter entregue três hospitais públicos durante a campanha e atacou o PSDB por propor e aprovar uma lei estadual que “reserva para os planos de saúde 25% dos leitos públicos”. A aplicação da lei foi suspensa pela Justiça.

No início do programa, Serra relacionou diversos programas sociais que implantou ou idealizou – remédios genéricos, seguro desemprego, mutirões de saúde – e questionou Haddad se eles seriam voltados para os pobres ou para os ricos. “O PT, na televisão, fica dizendo que a gente trabalha para rico.” Haddad não deu uma resposta direta e preferiu atacar a atuação do tucano na área social. Afirmou que diversos programas que Serra exibe como trunfos foram implantados com ajuda do governo federal – citou como exemplo a expansão de escolas técnicas. Em resposta, o tucano afirmou que a participação federal é “ínfima”.

Haddad convocou Serra a firmar um “protocolo” para discutir apenas propostas, e evitar ataques. “Tenho ouvido nas ruas muitas queixas a respeito da truculência e da virulência da campanha. Devemos fazer um esforço para discutir propostas e deixar a truculência e as insinuações de lado.”

“Tudo o que eu quero é fazer uma campanha propositiva”, respondeu Serra. “Se tem um partido que é especialista em baixarias é o PT, que faz jogo baixo. É uma tática fenomenal, atacam e depois dizem que estão sendo atacados. É o estilo Zé Dirceu.”
Haddad disse que os tucanos apresentam o ritmo mais lento de construção de metrôs no mundo. “São menos de dois quilômetros de linhas por ano.”

Quando Haddad afirmou que acabará com a taxa de inspeção veicular, Serra atacou, dizendo que ele vai “estatizar” o serviço. “É uma enganação, porque mesmo quem usa ônibus vai ter que pagar a taxa.” Serra chamou Haddad de “corajoso” por trazer o tema da taxa ao debate, uma vez que ele teria sido o criador da taxa do lixo, quando atuou na administração de Marta Suplicy. “Você foi à Câmara defender a taxa do lixo, que nós eliminamos”, afirmou.

Haddad replicou dizendo que chefe dele na prefeitura era o economista João Sayad, que depois foi secretário no governo do próprio Serra.

O Estado de S. Paulo
(Texto: BRUNO BOGHOSSIAN, FERNANDO GALLO, JULIA DUAILIBI, VERA ROSA, DANIEL BRAMATTI, ISADORA PERON e DÉBORA ÁLVARES – Blog Ao Vivo: BRUNO SIFFREDI, JOÃO COSCELLI e LUIZA MONTEIRO).

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