Em lados opostos durante a
tramitação do Código Florestal no Congresso, ambientalistas e ruralistas
mantiveram a divergência em relação aos nove vetos da presidenta Dilma Rousseff
ao texto aprovado, em setembro, por deputados e senadores. Enquanto
representantes do agronegócio criticaram as mudanças, os verdes elogiaram, em
parte, os vetos.
O vice-presidente da Frente
Parlamentar da Agropecuária, deputado Luiz Carlos Heinze (PP-RS), classificou
os vetos como “um retrocesso” para a agricultura do país e um “desrespeito” ao
Parlamento. “A gente lamenta [os vetos]. Construímos um grande acordo na
comissão especial e ele foi quebrado pelo Executivo”, disse Heinze àAgência
Brasil.
Em nota, o Partido Verde ressaltou
que os vetos resgataram parte do conteúdo original da Medida Provisória (MP)
571 e recuperam algumas garantias ambientais. “De uma forma geral, a bancada do
Partido Verde reconhece que, com o resgate de importantes garantias que haviam
sido suprimidas, as medidas representam relevantes ganhos ambientais e
sociais”, diz trecho do documento.
Os verdes, no entanto, lamentaram
que os vetos não tenham atingido a chamada anistia aos desmatadores.
“Lamenta-se, porém, a anistia, que continua sendo concedida a quem desmatou
irregularmente até 22 de julho de 2008, bem como a manutenção dentre outros
aspectos que flexibilizam a norma, como no caso do Artigo 11-A, que possibilita
a exploração econômica de apicuns e salgados, por empreendimentos de salinas e
carcinicultura, colocando em risco o ecossistema mangue”.
Já o Democratas anunciou que irá
ingressar no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma ação direta de
inconstitucionalidade (Adin) questionando o decreto editado hoje pela
Presidência da República para preencher lacunas deixadas na Lei do Código Florestal.
O vice-líder do partido, deputado Ronaldo Caiado (GO) informou que apresentará
um projeto de decreto legislativo para tentar anular os efeitos do decreto.
“A presidenta Dilma quer legislar e
criar novas regras por decreto, não vamos aceitar. Esse instrumento existe para
normatizar lei já existente, não para substituir leis aprovadas pelo Congresso
Nacional”, disse Caiado por meio de nota.
Iolando Lourenço e Ivan Richard | Agência
Brasil | Edição: Aécio Amado
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