Quatro meses depois
que a regulamentação da Lei de Acesso à Informação obrigou os órgãos públicos a
divulgar os salários dos servidores na internet, nominalmente, o Congresso
Nacional finalmente fez a sua parte.
Ontem, a remuneração dos cerca de 25 mil servidores, comissionados e parlamentares do Senado e da Câmara começaram a ser publicados nos dois sites.
Ontem, a remuneração dos cerca de 25 mil servidores, comissionados e parlamentares do Senado e da Câmara começaram a ser publicados nos dois sites.
As duas Casas, que já
gastaram mais de R$ 4,3 bilhões com pessoal e encargos sociais neste ano, foram
as últimas a cumprir a regra entre todas as instituições dos Três Poderes.
O valor previsto para
a folha de pagamento representa 80% dos quase R$ 8 bilhões do orçamento dos
dois órgãos.
O sistema de consulta, ao contrário do padrão adotado pelas demais instituições dos outros Poderes — e até do Tribunal de Contas da União (TCU), também do Legislativo —, obriga o cidadão a se cadastrar para ver as informações.
O sistema de consulta, ao contrário do padrão adotado pelas demais instituições dos outros Poderes — e até do Tribunal de Contas da União (TCU), também do Legislativo —, obriga o cidadão a se cadastrar para ver as informações.
A explicação oficial é
de que “o direito de acesso à informação de dados salariais e remuneratórios
dos cidadãos servidores e agentes públicos, por envolver notórios riscos à sua
própria segurança e a de seus familiares, deve ter a contrapartida da
identificação daqueles que acessaram as referidas informações, para o caso de
seu uso indevido”.
Para ter acesso à
relação completa dos servidores ou fazer uma consulta individual, o usuário
precisa inserir todos os dados solicitados, como CPF, e-mail, endereço e CEP,
toda vez que clicar no nome de um funcionário. Também não é possível fazer
download da tabela que possibilita o cruzamento das informações.
São mais de 2 mil os funcionários que receberam acima do teto constitucional em julho, por exemplo. Isso acontece pelo acúmulo de benefícios. Até 1997, os servidores incorporavam gratificações após cinco anos de trabalho.
São mais de 2 mil os funcionários que receberam acima do teto constitucional em julho, por exemplo. Isso acontece pelo acúmulo de benefícios. Até 1997, os servidores incorporavam gratificações após cinco anos de trabalho.
De acordo com a
assessoria de imprensa da Câmara, tudo que é pago pela Casa tem respaldo legal.
Funcionários que se aposentam ganhando muito mais, por exemplo, podem ter
acumulado licença prêmio durante o período trabalhado — regra que também valia
até o fim dos anos 1990.
A divulgação das
remunerações dos senadores e deputados que se lançaram candidatos a algum cargo
nas eleições deste ano também mostra que eles estão recebendo os salários
integralmente. Como os que não se licenciaram conseguem marcar presença em
plenário nos dias de sessão, eles têm direito à remuneração. Quem falta, tem
descontado o valor.
Na Câmara, os dados publicados referem-se a informações das fichas financeiras do servidores ativos e inativos, pensionistas, deputados em exercício, aposentados e beneficiários de pensão de parlamentares falecidos, cujo pagamento é de responsabilidade da Câmara.
Regulamentação
A Lei de Acesso à Informação foi regulamentada por um ato da Mesa Diretora publicado no fim de julho. O dispositivo determina a disponibilização da remuneração fixa, vantagens pessoais, gratificações, férias, vantagens eventuais, diárias, auxílios, verbas indenizatórias. Além disso, os descontos obrigatórios como o abate-teto, contribuição previdenciária e imposto de renda também estão discriminados.
No Senado, ato do
primeiro-secretário da Casa, senador Cícero Lucena (PSDB-PB), regulamentou a
questão em 30 de julho. Os dados não foram divulgados desde então porque o
Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas
da União (Sindilegis) entrou na Justiça impedindo a publicação individual dos
servidores. A Advocacia-Geral da União (AGU), porém, recorreu e conseguiu
reverter a situação.
Com informações do Correio Braziliense
Com informações do Correio Braziliense
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