O
presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), Luiz
Zveiter, disse hoje (4) que a Justiça Eleitoral vai reprimir com energia a
compra de votos. De acordo com denúncia do Ministério Público Eleitoral (MPE),
um candidato a vereador, ligado à associação de moradores da Favela da Rocinha,
na zona sul da cidade, estava distribuindo cestas básicas em troca de promessa
de votos.
A
denúncia gerou ação de investigação eleitoral por abuso de poder econômico e
captação ilícita de sufrágio contra o candidato Leonardo Rodrigues Lima,
conhecido como Léo Comunidade. A ação baseada em depoimento de testemunhas,
diligências e relatórios da polícia sustenta que o candidato aliciava moradores
por meio da distribuição de botijões de gás e de cestas básicas. A Promotoria
Eleitoral requereu à Justiça Eleitoral a cassação do registro ou do diploma,
caso o candidato seja eleito, além de declaração de inelegibilidade pelos
próximos oito anos.
“Qualquer
irregularidade desse tipo para mim é grave. A pessoa tentar comprar a
consciência do eleitor, é um crime que devemos reprimir com grande repercussão
e muita energia. Porque isso inibe qualquer coisa daqui para frente”, disse
Zveiter, ao deixar a sessão do pleno do TRE. Ele explicou que, em um primeiro
momento, a denúncia de compra de votos será apreciada pelo juiz eleitoral
local, mas que a matéria acabará chegando aos desembargadores do tribunal.
“[Vamos receber], primeiro, com indignação. E, segundo, como mais estímulo para
combater esse tipo de irregularidade.”
O
presidente do TRE, que vem pregando a “tolerância zero” contra boca de urna e
outros crimes nesta eleição, defendeu o processo da instalação de unidades de
Polícia Pacificadora (UPPs) nas comunidades, mas reconheceu que ainda há muito
trabalho a ser feito. “A pacificação não quer dizer extirpação. Qualquer
governo que tentar extirpar o crime, não vai conseguir do dia para a noite. Eu
acho que o cidadão, hoje, dessas comunidades pacificadas, tem mais
tranquilidade no seu direito de ir e vir.”
Zveiter
destacou que a melhor forma da população ajudar o Poder Público a afastar o
crime organizado dessas comunidades - que ainda continua, embora de forma menos
explícita - é pelo voto. “Eu acho que é fundamental [darem a resposta no voto].
O voto é a forma de mudar aquilo tudo que ele entenda que está errado. O único
medo que as pessoas poderiam ter é que o traficante ou o miliciano pudesse
violar a urna para saber em quem elas votaram. Como essa possibilidade é
nenhuma, é zero, o eleitor vota da maneira que achar. E preferencialmente não
votando nas pessoas que querem influenciar negativamente na escolha do
eleitor.”
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