quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Compra de votos será reprimida com energia

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), Luiz Zveiter, disse hoje (4) que a Justiça Eleitoral vai reprimir com energia a compra de votos. De acordo com denúncia do Ministério Público Eleitoral (MPE), um candidato a vereador, ligado à associação de moradores da Favela da Rocinha, na zona sul da cidade, estava distribuindo cestas básicas em troca de promessa de votos.

A denúncia gerou ação de investigação eleitoral por abuso de poder econômico e captação ilícita de sufrágio contra o candidato Leonardo Rodrigues Lima, conhecido como Léo Comunidade. A ação baseada em depoimento de testemunhas, diligências e relatórios da polícia sustenta que o candidato aliciava moradores por meio da distribuição de botijões de gás e de cestas básicas. A Promotoria Eleitoral requereu à Justiça Eleitoral a cassação do registro ou do diploma, caso o candidato seja eleito, além de declaração de inelegibilidade pelos próximos oito anos.

“Qualquer irregularidade desse tipo para mim é grave. A pessoa tentar comprar a consciência do eleitor, é um crime que devemos reprimir com grande repercussão e muita energia. Porque isso inibe qualquer coisa daqui para frente”, disse Zveiter, ao deixar a sessão do pleno do TRE. Ele explicou que, em um primeiro momento, a denúncia de compra de votos será apreciada pelo juiz eleitoral local, mas que a matéria acabará chegando aos desembargadores do tribunal. “[Vamos receber], primeiro, com indignação. E, segundo, como mais estímulo para combater esse tipo de irregularidade.”

O presidente do TRE, que vem pregando a “tolerância zero” contra boca de urna e outros crimes nesta eleição, defendeu o processo da instalação de unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nas comunidades, mas reconheceu que ainda há muito trabalho a ser feito. “A pacificação não quer dizer extirpação. Qualquer governo que tentar extirpar o crime, não vai conseguir do dia para a noite. Eu acho que o cidadão, hoje, dessas comunidades pacificadas, tem mais tranquilidade no seu direito de ir e vir.”

Zveiter destacou que a melhor forma da população ajudar o Poder Público a afastar o crime organizado dessas comunidades - que ainda continua, embora de forma menos explícita - é pelo voto. “Eu acho que é fundamental [darem a resposta no voto]. O voto é a forma de mudar aquilo tudo que ele entenda que está errado. O único medo que as pessoas poderiam ter é que o traficante ou o miliciano pudesse violar a urna para saber em quem elas votaram. Como essa possibilidade é nenhuma, é zero, o eleitor vota da maneira que achar. E preferencialmente não votando nas pessoas que querem influenciar negativamente na escolha do eleitor.”

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Dag Vulpi

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