Gilberto
Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) evitou comentar julgamento de
ex-ministro no processo; petista já recebeu três votos favoráveis à condenação
BRASÍLIA
- O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, evitou
falar nesta sexta-feira, 5, sobre o julgamento do ex-ministro da Casa Civil no
processo mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Nessa quinta, 4, a Corte
já deu sinais de que pode condenar o petista por corrupção ativa.
"A
dor me impede de falar, neste momento, desta questão", disse Carvalho
durante a abertura da exposição das obras do italiano Michelangelo
Merisi Caravaggio, em Brasília. O ministro foi chefe de gabinete do
governo Lula durante os dois mandatos.
Nessa
semana, o STF começou a julgar o envolvimento de petistas no esquema de compra
de apoio político no Congresso durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. Três ministros votaram pela condenação de Dirceu, apontado pela
acusação como o principal articulador do esquema. Já para o revisor do
processo, ministro Ricardo Lewandowski, não há provas de que o ex-ministro
comandou o mensalão. Os demais ministros votam na próxima semana.
Também
na quinta, a defesa de Dirceu apresentou último apelo ao Supremo. Em um
documento de 11 folhas, o advogado José Luiz Oliveira Lima diz que o petista
não mantinha encontros com outros réus do processo e não poderia ser culpado
por atos relativos ao cargo que exercia na época.
"Ao
contrário do que foi consignado no voto do Exmo. Relator, as reuniões (na Casa
Civil) não se revestem de caráter clandestino; ao revés, foram registradas na
agenda oficial do ex-ministro. Se os representantes dos bancos e empresas
decidiram levar nas audiências Marcos Valério ou Delúbio Soares (ex-tesoureiro
do PT e também réu no processo), seja como mero acompanhantes ou assessores,
tal fato não é de responsabilidade de José Dirceu", argumentou o advogado.
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