O julgamento da Ação Penal 470, conhecida
como processo do mensalão, terá uma subdivisão no capítulo sobre compra de
apoio no Congresso Nacional entre 2003 e 2004. O subfatiamento do Capítulo 6,
confirmado ontem (19) pelo relator Joaquim Barbosa, pode atrasar em alguns dias
a análise das acusações de corrupção ativa, que envolvem o núcleo político.
Até agora, Barbosa concluiu o julgamento
das acusações de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha
envolvendo réus ligados ao PP e ao PL (atual PR). Na sessão de hoje, ele
começou a falar sobre os réus do PTB e concluirá essa etapa amanhã (20),
juntamente com as considerações envolvendo o PMDB.
Inicialmente, o relator havia programado
continuar seu voto falando sobre os dez acusados do crime de corrupção ativa,
mas ele achou melhor dar uma pausa e abrir a votação dos itens já analisados
por ele, ontem e hoje, aos demais ministros. A subdivisão foi acertada nesta
quarta-feira de manhã, em uma ligação telefônica do relator para o revisor do
processo, Ricardo Lewandowski.
Nas contas de Barbosa, seu voto terminará
amanhã, na primeira metade da sessão, e o revisor poderá votar em seguida.
Lewandowski, por sua vez, calcula que terminará seu voto na próxima
quarta-feira (26), permitindo aos demais ministros encerrar essa etapa até o
final da próxima semana.
O julgamento dos crimes de corrupção ativa
começaria, segundo essas previsões, no dia 1º de outubro, mesma semana do
primeiro turno das eleições municipais. Ambos os ministros, o relator e o
revisor, afirmam desconsiderar as críticas de politização do julgamento devido
à coincidência de datas. Segundo Barbosa, a única motivação para a subdivisão
do capítulo em análise é o cansaço, pois ele faz a leitura ininterrupta de seu
voto desde a última segunda-feira (17).
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