Cerca de 2% dos 2.021
juízes da primeira instância do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) foram
denunciados por corrupção. Ao abrir a inspeção do tribunal, a
corregedora nacional do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Eliana
Calmon, disse que todos os casos serão apurados para determinar a veracidade
das denúncias. Segundo ela, apesar da pequena proporção de casos, os desvios de
conduta são um tema preocupante. “A corrupção, quando não se toma providências,
tende a se espraiar”.
A ministra destacou,
entretanto, que a corregedoria do próprio tribunal tem atuado com firmeza
nessas situações. A corregedoria local tem tomado muitas providências e
providências sérias”. De acordo com Eliana a maior parte das denúncias mostra
conluio de juízes com advogados.
A corregedora falou ao
lado do presidente do TJSP, Ivan Sartori. A inspeção no tribunal é a última que
será feita sob o comando de Eliana, que já visitou os demais tribunais do país
e deixa o comando da corregedoria no início de setembro.
“Efetivamente foi o
último tribunal para ter uma abertura maior e aceitar o CNJ”, ressaltou a
ministra ao lembrar que teve de enfrentar resistências para fazer a apuração em
São Paulo. “Com a atual administração a corregedoria tem total liberdade de
aqui chegar, respeitando a autonomia e independência do tribunal, mas fazendo o
nosso trabalho”.
Ivan Sartori disse que
também teve de enfrentar resistências para aumentar a transparência do
tribunal. “Hoje, por incrível que pareça, os desembargadores estão junto
comigo”. Mas para isso, o presidente do TJSP contou que teve até de retirar
servidores de algumas áreas, por serem refratários às mudanças institucionais.
“Aqui havia uma cultura antiga, de funcionários que por ficarem muito tempo
naquela função, se achavam donos daquela função”.
Para Sartori, um dos
principais desafios agora é solucionar as carências de infraestrutura do
tribunal, como a falta de juízes. O que é necessário, de acordo com o
presidente, para, por exemplo, agilizar as sentenças. Os atrasos nos
julgamentos dos processos são uma das reclamações mais comuns que chegam ao
CNJ.
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